No final do século XIX Coité começou a se desenvolver com a implantação dalinha ferroviária. Inicialmente, o trajeto dos trilhos passaria na sede, nas terras da família Amâncio porém, este não foi aceito pelos grandes latifundiários coiteenses que viram na passagem do trem por suas terras a dizimação dos seus rebanhos e um risco a reputação da família, como afirma Orlando Barreto:
“familiares dos fazendeiros envolvidos nesse episódio afirmam que o pavor que eles tinham ao trem, nada tinha a ver com a matança dos animais. Guardiões que eram da pureza e da honra da família, aqueles senhores temiam que suas filhas e netas viessem a se apaixonar e fugir com os viajantes ferroviários.” (BARRETO, 2007, p. 106).
Nota-se uma preocupação das famílias coiteenses em proteger suas filhas das possíveis ameaças que as pessoas de origem estrangeira pudessem lhe trazer. Com isso, a conclusão da linha ferroviária que fazia parte de um processo que visava a integração das povoações interioranas entre si e com a Província, teve seu percurso desviado para Salgadália a 19 km da sede, hoje distrito da cidade. Em 1887, o fluxo de pessoas na Estação e nas estradas de chão batido foi intensificado, o que permitiu um maior povoamento da região e desenvolvimento do arraial de Conceição do Coité, possibilitando-lhe a emancipação de Coité em 1890, a categoria de Vila.
Fonte: RAPTO: ESTRATÉGIA DE CONJUGALIDADE E HONRA FEMININA NA VILA DE CONCEIÇÃO DO COITÉ NO SÉC. XIX Eugênia Barreto Umbelino
http://es.slideshare.net/BPJCA/rapto-estratgia-de-conjugalidade-e-honra-feminina-na-vila-de-conceio-do-coit-do-sc-xix
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