Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Imigração italiana no Brasil

A História de como começou a imigração italiana no Brasil




O Brasil recebeu imigrantes de várias nacionalidades e apesar disso, a imigração italiana no Brasil – e o imigrante italiano – se destacou diante de todos eles. Conquistou seu espaço e criou raízes que fazem com que as comunidades italianas sejam muito ativas ainda hoje no Brasil.
E o motivo é simples. Os italianos falavam uma língua mais próxima ao português, tinham a mesma religiãocostumes mais próximos aos nossos do que os alemães ou japoneses e contribuíam para o “branqueamento” da população brasileira, como era de interesse do governo para tornar o Brasil um país mais “civilizado” aos olhos do mundo e dele próprio.
Como a grande maioria dos imigrantes, os italianos deixaram a Itália para fugir da crise econômica e social pela qual muitos países europeus passavam. No caso específico da Itália, a população, principalmente a rural, tinha dificuldades para sobreviver depois de tantos anos de luta para unificação do país e o alto crescimento demográfico.
Com esse cenário ruim, a emigração era estimulada pelo governo italiano e era, para as famílias, uma forma de sobrevivência. Os Estados Unidos chegou a receber milhares de imigrantes, mas colocou barreiras para impedir a entrada de estrangeiros no país.
No Brasil, havia uma demanda crescente de mão-de-obra barata depois do fim do tráfico de escravos e da abolição da escravatura no Brasil.
Juntando esse cenário à vontade dos italianos em buscar uma melhor qualidade de vida, iniciou-se um processo de imigração subvencionada para o Brasil. Esse tipo de imigração estimulava a vinda de famílias inteiras, com passagens financiadas – a princípio por fazendeiros e mais tarde pelo próprio governo brasileiro -, e eram disponibilizados alojamentos e a garantia de trabalho no campo e nas lavouras. Com isso desembarcavam em solo brasileiro famílias inteiras de italianos.

De onde vieram os primeiros imigrantes italianos


Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil em 1870, e de início se instalaram na região sul. Segundo o IBGE, a maioria dos imigrantes italianos veio da região do Vêneto, norte da Itália, região, na época, com grandes problemas nas zonas rurais. seguidos por italianos vindos da Campânia, Calábria e Lombardia
Apenas quatro regiões italianas não contribuíram com praticamente nenhum imigrante para o Brasil: Ligúria, Úmbria, Lácio e Sardenha.


Para onde vinham os imigrantes


Em meados do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias, fundadas em áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves (1875). Depois de alguns anos, com o aumento do número de imigrantes italianos no Brasil, o governo criou uma nova colônia italiana em Caxias do Sul.
Foram nestas regiões que os imigrantes italianos iniciaram o cultivo da uva e produção de vinhos. Hoje, estas áreas são as principais produtoras de uva do Brasil e produzem vinhos de excelente qualidade.
Outra parte dos imigrantes italianos se dirigiu para as fazendas de café de São Paulo.
Com o passar do tempo, os italianos foram se espalhando pelo Brasil, veja:
  • Rio Grande do Sul: nem todas as colônias foram bem sucedidas nessa região, outras, por sua vez, deram muito certo, como no caso das colônias que deram origem às cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias.
  • Santa Catarina: em sua grande maioria, os italianos foram direcionados para as colônias alemãs e foram discriminados e explorados.
  • Paraná: as colônias próximas à capital, Curitiba, prosperaram com o trabalho na construção de ferrovias para escoar os alimentos produzidos no sul do país.
  • Minas Gerais: a mão-de-obra italiana no estado foi aproveitada para realização de obras públicas ao redor da capital mineira e algumas fazendas de café do sul de Minas.
  • Espírito Santo: a presença de imigrantes italianos foi grande e prospera até 1920.


A Imigração italiana no Brasil com o passar do tempo


As notícias de trabalho semi-escravo e as péssimas condições de vida nas fazendas de café no Brasil se espalharam, chegando até a Itália. Isso fez com que os italianos passassem a escolher outros destinos, como a Argentina e os Estados Unidos.
A imigração italiana no Brasil continuou até a década de 20, quando o ditador Benito Mussolini, com seu governo nacionalista, passou a controlar a emigração. Com a Segunda Guerra Mundial, a declaração de guerra entre Brasil e Itália e a contínua recuperação da economia italiana, a chegada de italianos no Brasil entrou em decadência.

O legado e a cultura dos imigrantes italianos no Brasil

Os italianos que desembarcaram nessa época no Brasil trouxeram na bagagem muitas tradições culturaisque foram incorporadas à cultura brasileira, e que até hoje se fazem presentes.
Algumas palavras do italiano foram “aportuguesadas” e, com o tempo, passaram a fazer parte do vocabulário do brasileiro, como a palavra tchau, proveniente do italiano “ciao”.
As novas técnicas agrícolas que os imigrantes trouxeram foram aplicadas nas lavouras do Brasil.
Se falarmos então da culinária, podemos perceber que a influência italiana foi muito grande e marcante, principalmente, no quesito massas (macarronada, nhoque, canelone, ravióli etc.)molhos e pizzas.
Como o catolicismo no Brasil era forte, a imigração italiana – povo também católico em sua maioria – ajudou a fortalecer ainda mais a religião no país.
Esses fatos mostram apenas um pedaço dessa história tão rica e que acabou aproximando os dois países geograficamente tão distantes, criando laços para todo sempre.
Fonte: https://www.pesquisaitaliana.com.br/imigracao-italiana-tempo/

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Nomes italianos – como ficaram na chegada ao Brasil

Hoje vamos falar um pouco do que acontecia com os nomes italianos, e sobrenomes também, dos imigrantes logo que desembarcavam no Brasil.
Como todos nós sabemos, muitos nomes italianos foram “abrasileirados” e tantos outros tiveram a grafia modificada. E para quem busca a cidadania italiana isso é muitas vezes uma pedra no caminho.
O primeiro motivo dessa troca dos nomes, também o mais óbvio, é a diferença entre as línguas faladas pelo imigrante que chegava e pelo brasileiro que o registrava. Apesar de serem línguas de origem latinas, são bastante diferente entre si.
Em alguns casos o efeito sonoro da palavra dita em italiano, parece outro aos ouvidos de um brasileiro. Fora as letras duplicadas, o uso do “ch” com som de “q” (como “Bianchi”, que se lê “Bianqui”), e tantas outras coisas.
Outro motivo complicador era que a grande maioria dos italianos que aqui desembarcavam eram analfabetos ou semi-analfabetos, não sabiam ler e escrever direito nem o italiano, imaginem se iriam conferir aquilo que o escrevente brasileiro entendeu e transcreveu.. Um “casino” (confusão), como diriam nossos antepassados italianos.
Por essas razões, é que o Giuseppe se tornou José, e o Torchetti agora deve ser Torqueti.
Separamos uma lista com alguns nomes italianos e seus correspondentes em português. Veja lá se conhece alguém que passou por isso.

TABELA DE NOMES ITALIANOS E SUAS VERSÕES ‘ABRASILEIRADAS’


ORIGINAL EM ITALIANO -- ‘VERSÃO BRASILEIRA’


ALESSANDRO -- ALEXANDRE
ALFONSO -- AFONSO
AMEDEO -- AMADEO
ANNIBALE -- ANÍBAL
ARTURO -- ARTUR
BENEDETTO -- BENEDITO
BENIAMINO -- BENJAMIN
CATERINA -- CATTARINA
CESARE -- CÉSAR
CHIARA -- CLARA
DOMENICO -- DOMINGOS
EMANUELE -- MANOEL / MANUEL
ENRICO -- HENRIQUE
ERCOLE -- HÉRCULES
ERMINIO -- HERMINO
FEDERICO -- FREDERICO
FELICE -- FELÍCIO
FERDINANDO -- FERNANDO
FILIPPO -- FELIPE / FILIPE
FRANCESCA -- FRANCISCA
GABRIELE -- GABRIEL
GENOVEFFA -- GENOVEVA
GIULIA -- JULIA
GAETANO -- CAETANO
GIACINTO -- JACINTO
GIANNI -- JEAN
GIORGIO -- JORGE / GEORGE
GIOSUÉ -- JOSUÉ
GIOVANNI -- JOÃO
GIOVANNI BATTISTA -- GIO BATTA
GIULIANO -- JULIANO
GIUSEPPE -- JOSÉ
LUIGI -- LUIS / LUÍS / LUIZ
MICHELE -- MIGUEL
NICOLA -- NÍCOLAS / NICOLAU
PAOLO -- PAULO
PASQUALE -- PASCOAL / PASCHOAL / PASQUAL
PIETRO -- PEDRO
RAFFAELE -- RAFAEL
RAIMONDO -- RAIMUNDO
ROCCO -- ROQUE
SAMUELE -- SAMUEL
SEBASTIANO -- SEBASTIÃO
TOMMASO -- TOMÁS
VALENTINO -- VALENTIM
VINCENZO -- VICENTE

Fonte: https://www.pesquisaitaliana.com.br/nomes-italianos-abrasileirados/

domingo, 30 de setembro de 2018

HISTÓRIA DE SERRINHA

Fundação de Serrinha

Serrinha teve como seus primeiros habitantes os índios da nação Cariri. Entretanto, foi com a chegada do português Bernardo da Silva Sacramento comandante de uma expedição da colonização portuguesa, em 1715, que a organização urbana da cidade se deu. Assim, foi iniciada a construção de uma capela sob a invocação da Senhora Santana. A capela era filiada a freguesia de São João de Água Fria. A esse tempo o povoado já possuía 16 casas cobertas de telhas e servia de pousada aos visitantes e comerciantes e lojas de troupeiros que se destinavam ao Rio São Francisco.

Em 1º de junho de 1838, a lei nº 67 criou o Distrito de Paz de Serrinha, e levou a capela à categoria, com paróquia própria, pelo Arebispo D. Romualdo Antônio Seixas. Em 24 de outubro de 1763 foi nomeado capelão o Pe. Antônio Manuel de Oliveira.


Igreja Matriz de Serrinha foi concluída em 1780 e possui uma inscrição de mármore no frontefício com os seguintes dizeres: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento e a imaculada conceição da Virgem Nossa Senhora concebida sem pecado original". Presume-se que o ano de 1646 tenha sido o início da catequese dos índios Biritingas que dominavam a região.
Pela Lei Provincial nº 1.069 de 13 de junho de 1876, foi o Arraial de Serrinha elevado á categoria de Vila e criado o Município de Serrinha, com território desmembradodo município de Purificação dos Campos, sendo inaugurado a 11 de janeiro de 1877. A Vila de Serrinha recebeu foros de "cidade" pelo Ato estadual de 30 de junho de 1891, assinado pelo Barão de Lucena, fato que constou da data de 4 de junho de 1891 do Conselho Municipal de Serrinha. A instalação solene da cidade ocorreu em 30 de agosto de 1891 segundo consta da Ata do Conselho municipal de Serrinha do referido dia.


Mais de um século decorrido o município de Serrinha vai avançando no seu crescimento e desenvolvimento.

Município de Serrinha, criado em 13.06.1876, pelo Resolução Provincial n° 1.609 de 13.06.1876 do Diário Oficial.

Serrinha teve a sua origem desde a época da colonização Portuguesa, quando da abertura de estradas para proporcionar aos criadores de gado o manejo com as suas boiadas, sendo originária da inicial Colonização do Rio Paraguassú, quando fundou a Vila de Santo Amaro de Jacobina, desbravando o Sertão dos Tocós, onde também ficava o Arraial de Água Fria e as Fazendas Saco do Moura, Serrinha, Tamboatá, Coité e etc.


O crescimento deu-se por volta de 1718, por descobertas de Minas de Ouro de Jacobina e Rio de Contas. Com influente comércio descobrindo novos horizontes, daí a fixação para a Fazenda Tamboatá, onde morava Bernardo da Silva, que dominou a área por muito tempo, existindo por aí, várias histórias narradas sobre Serrinha, contudo, a sua evolução política através da criação do Sítio de Nossa Senhora Santana da Serrinha, em 1775, quando os descendentes de Bernardo da Silva reivindicaram junto à Presidência da Província a condição de Distrito, sendo instalado em 1° de Junho de 1838, filial da Freguesia da Vila de Água Fria.

No Século 19, em função do desenvolvimento comercial, principalmente de cereais e gado em direção ao Recôncavo, criou-se o Município de Serrinha à 13 de Junho de 1876, desmembrando-se da antiga Vila da Purificação dos Campos, hoje Irará, sendo eleita a primeira Câmara de Vereadores em 01 de Outubro de 1876 e a instalação deu-se em 11 de Janeiro de 1877. A Rede Ferroviária Federal chegou à Serrinha, sendo inaugurada nos idos de 1880 à 1896, Serrinha à Juazeiro, Serrinha à Salvador, o que causou grande impacto e progresso, pois por aqui passaram várias autoridades à nível nacional em luxuosas classes de trem quer que em visitas, inaugurações de obras ou movimentos políticos, chegando a possuir, inclusive, um dos melhores hotéis da Rede Ferroviária Federal - Leste Brasileira.

Poder Executivo - Serrinha contou em sua existência com 13 Intendentes e 22 prefeitos.

Poder Legislativo - A atual Câmara de Vereadores de Serrinha é composta por 15 Vereadores.

Poder Judiciário - É integrado por dois Juizes das Varas Cível e Criminal, sendo titulares os Drs. Edvaldo Oliveira Jatobá e Carlos Geraldo Rodrigues dos Reis, contando com a Justiça por Mediação e Arbitragem, a nova modalidade de faz justiça sob o comando de Carlos Miranda Lima Filho.

O Ministério Público é representado por dois Promotores os Drs. Aírton Guimarães e Maria da Conceição Rotondano Gomes Longo, na hierarquia judiciária está classificada como 3ª Intrância.

Possui Juizado Especial de Defesa do Consumidor e Pequenas Causas.

Em 1° de Abril de 1890, o governador decidiu pela criação da Comarca de Serrinha, com a nomeação do primeiro Juiz de Direito, Dr. Manoel Victorino Pereira. Acontecendo à 12 de abril de 1932, a elevação da Comarca à 3ª Intrância, por Decreto Estadual n° 8.040.

Sede da 12° Região Administrativa do Estado, distante 179 km de Salvador, sendo que em linha reta, a distância é de 148 km, limita-se ao Norte com Teofilandia e Arací; ao Sul, Lamarão e Santa Bárbara, a Oeste, Ichú e Conceição do Coité; a Leste, Biritinga, sua população atual, de acordo com o IBGE, é de 75.984 habitantes. Contando com as sedes regionais da Saúde, Educação, Fundação Nacional de Saúde, 29ª Ciretran, Delegacia Regional de Polícia, Delegacia Regional do Tribunal de Contas, Delegacia da Receita Federal, Inspetoria Regional da Secretaria da Fazenda, Hospital Regional Estadual, Diretoria Regional da EBDA, 16° Batalhão da Policia Militar, com um colégio eleitoral de mais de 52 mil eleitores, sendo que o próximo pleito será com votação eletrônica e pertencendo à área da Companhia Vale do Rio Doce.

Serrinha está posicionada num gancho rodoviário, onde quem vem de Salvador/Feira de Santana, seguindo à direita vai a Biritinga, Teofilandia, Arací, Caldas do Jorro, Tucano, Euclides da Cunha, Ribeira do Pombal, Uauá e Monte Santo. seguindo à esquerda vai para Ichú, Candeal, Conceição do Coité, Retirolandia, Valente, São Domingos, Santa Luz, Nordestina, Queimadas, Itiúba. Portanto, para ir à Paulo Afonso ou Juazeiro, utiliza-se uma dessas rodovias.

Clima - Seco e sub úmido e semi-árido, geralmente dias quentes e noites amenas, localizada no polígono das secas com coordenas geográficas 11°39’28 de Latitude Sul e 39°00’18 de Longitude Oeste, à 360 metros do nível do mar. Serrinha possui uma área, cuja superfície é de 772 km².

Atrações Turísticas - Colina Carolina, onde está erguida a imagem de Senhora Santana, Procissão de Fogaréu, Festejos Juninos e Vaquejadas.

Economia - Serrinha vive basicamente da agropecuária em função da sede regional, onde centraliza os órgãos arrebanhando grandes números de funcionários, cujos salários desembocam no comércio local. Realiza duas grandes feiras livres, às quartas e sábados, o sistema bancário, conta coma as agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco e Sicoob.

Na área industrial, ainda atrasada com pequeninas industrias, surgindo agora a esperança com a instalação no Bairro da Cidade Nova a VIA UNO. O comércio de médio porte à espera de um desenvolvimento maior, as instituições constituídas têm tido um caráter individual, as demais entidades esportivas, religiosas ou de assistência à produtividade sem maior destaque a ser anunciado.

O exemplo mais forte que está aí vivo em termos de Entidade é a Filarmônica 30 de junho, (fundada em 19 de Abril de 1896), que continua desenvolvendo a cultura da música com a interpretação universal em partituras, mas que já atravessou várias crises.

Entidades associativas é destaque a Central Sindical - Assessoria Regional Sindical que congrega vários Sindicatos e Associações no município e região, sendo uma central Sindical do interior.

A Padroeira do Município é Senhora Santana, cuja festa religiosa teve inicio pelos idos de 1780, quando a Igreja da matriz foi concluída por descendentes de Bernardo da Silva. Em 25 de Setembro de 1955, foi construída a Imagem de Senhora Santana no alto da colina, significando a Proteção ao Município de Serrinha, sendo ai, o ponto mais importante do percurso da Procissão do Fogaréu.

Serrinha tem a predominância Católica, contudo, a diversificação de religiões com as Igrejas: Batista, Monte Horeb, 15 de Novembro, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Centro Espirita Deus Cristo e Caridade, Candomblés, etc.

Na área educacional, Serrinha conta com a Faculdade de Educação, vários Colégios de 2° Grau, além de contar com a Sede da Diretoria Regional de Educação, que tem vários filhos de Serrinha que já escreveram livros e ocupantes de posições de destaque.

A Música Serrinhense é destacada pela literatura de cordel, cujos violeiros tem galgado nobres espaços neste ramo, sendo atualmente destaque maior para o cantor forrozeiro Zelito Miranda, que está em pleno auge na música baiana.

A Imprensa Serrinhense mantém-se das suas Emissoras de Rádio com pioneirismo da Rádio Difusora de Serrinha que foi inaugurada em 14 de julho de 1969, e na década de 80 surgiram ás Rádios Morena (FM) e Regional (AM), inúmeros jornais tablóides que aparecem e somem de repente sem nenhuma explicação. O único registro das notícias Serrinhense na atualidade, em termos de Imprensa são feitos regularmente através da Rádio Difusora de Serrinha.

Na área esportiva o maior destaque esta com Assessoria Regional de Esportes, entidade civil de direito privado devidamente registrada e reconhecida de utilidade publica pela lei n° 4.202, sendo a promotora do famoso Campeonato do Sisal com mais de 25 cidades participando e das copas rurais.

Verso Popular –

"Serrinha não serra pau grosso,

Coité não dá Salamim,

Raso não junta água,

Queimada não nasce capim"


Durante mais de 70 anos a economia e a sociedade local foram influenciados pela presença da estrada de ferro, afinal este foi o principal meio que interligava Serrinha à Salvador e Alagoinhas tanto para transporte de pessoas quanto para o transporte de mercadorias.

Em 1964, com os governos militares, foram priorizados projetos rodoviáriospor todo país, e Serrinha foi interligada à capital e ao Centro-Sul do país através da BR-116 (Rio-Bahia). Este fato auxiliou na decadência do sistema ferroviário do país e em Serrinha não foi diferente, a conhecida estação da Leste caiu em desuso e hoje, é utilizada apenas para o transporte de cargas.

Em 1984, a Compania Vale do Rio Doce, instalou-se no município de Teofilândia (ex-distrito de Serrinh) com a exploração de uma mina de ouro na Fazenda Brasileiro. A presença da mesma na região foi um fato motivador na sociedade local, visto que a Vale gerou centenas de empregos e os investimentos na região.

Em 21 de setembro de 2005, a cidade de Serrinha é contemplada com a Diocese de Serrinha, seu primeiro Bispo é Dom Otorrino Assolari que assumiu a Diocese no dia 18 de dezembro do mesmo ano.


Localização
O município de Serrinha está situada no Nordeste Baiano e fica a 173 Km de Salvador. Localiza-se a uma latitude 11°39’51” sul e a uma longitude 39°00’27” oeste, estando a uma altitude de 379 metros.

Subdivisões
O município está dividido em:

BAIRROS
Centro; Ginásio; Bomba; Vaquejada; CSU; Cidade Nova; Ozéas; Novo Horizonte; Urbis I; Urbis II; Santa; Rodagem; Caseb; Colina das Mangueiras; Recreio; Vila de Fátima; Estação; Cruzeiro; Arco-íris; Princesa do Agreste; Estádio; Rodoviária; Abóboras; Treze; Aparecida; Tancredo Neves; Maravilha; Primavera; Parque Santana e Parque União.

POVOADOS
Morro do Fundo; Alto da Bandeira; Bela Vista; Tanque Grande; Subaé; Alto Alegre; Cajueiro; Campo Redondo; Murici; Catespero; Chapada; Mato Grosso; Mato Fino; Malhada do Alto; Entrocamento de Ichú; Guanabara; Três Estradas; Vertente; Baú; Lagoa do Mato; Isabel; Mombaça Velha; Mombaça Nova; Campo Limpo; Flores; Brejo; Floresta; Cajueiro Grande; Matinha; Entroncamento de Lamarão; Alto dos Pilões; Retiro; Campinas; Caldeirão; Cajazeira; Barro; Laje dos Caboclos; Sorocaba; Saco do Correio; Porteira; Cantinho; Salgado I; Salgado II; Recanto; Alto de Contendas; Alto de Fora; Maroto; Tanque do Meio; Amparo; Canto; Macambira; Mandacarú; Pau Ferro; Canto Dois Irmãos; Levada; Oiteiro; Oiteirinho; Cana Verde; Guarani; Matão; Bom Jardim; Cabeça da Vaca; Cruzeiro da Paz; Regalo; Morro da Ilha; Licuritiba; Saco do Moura I; Saco do Moura II; Maravilha; Ipoeira; Juazeiro Grande; Lagoa Seca; Intrude; Vira Mão; Tamburí; Sete Ferro e Barra do Vento.

Municípios Limítrofes
Biritinga; Lamarão; Candeal; Ichú; Conceição do Coité; Teofilândia e Barrocas.

Serrinha em Números
Área do Município: 568.405 km(2);
População: 76.772 habitantes (IBGE/2010);
Densidade: 132,8 hab/km(2)
Altitude: 379 metros;
IDH : 0.658 médio (PNDU/2000);
PIB: R$ 244.463 mil (IBGE/2005);
PIB per Capta: R$ 3.265,00 (IBGE/2005);

Economia
Conforme registros na Junta Comercial do Estado da Bahia, possui 282 indústrias, 27° lugar na posição geral do Estado da Bahia, e 1.467 estabelecimentos comerciais, 33° na posição dentre os municípios baianos. No setor de bens minerais é produtor de argila, granito, manganês e ouro. Sua agricultura se expressa na produção de manga, cajú e cajá. Na pecuária, destacam-se os rebanhos ouvinos e suínos, além da criação expressiva de galináceos. Forte na produção da Agave Sisalana (Sisal)


Cultura
EVENTOS REGILIOSOS

SEMANA SANTA
Desde a década de 1930, em toda quinta-feira santa, os fiéis se unem em penitência na Procissão do Fogaréu. Eles acendem as tochas para a procissão que percorre o trajeto até o Monte de Nossa Senhora de Santana. A atitude simboliza o acompanhamento a ida de Jesus Cristo ao Jardim das Oliveira, onde ele se entregou para ser sacrificado.
A procissão acontece depois da missa do lava-pés na Igreja Nossa Senhora de Santana. No monte, diante da imagem da padroeira, o padre faz um pequeno sermão para relembrar o significado da penitência. Depois da procissão, há a representação teatral "A Paixão de Cristo" na praça Luiz Nogueira. Na sexta-feira, ocorre a via sacra para o Cruzeiro do monte, Celebração da Paixão e Morte do Senhor e Procissão do Senhor Morto. No sábado, missa da Vigília Pascal e no domingo a tradicional subida ao cruzeiro do monte, Procissão do Encontro, Seguida de Missa da Páscoa e da Ressurreição do Senhor.

FESTA DA PADROEIRA
Acontece todo mês de julho o novenário em louvor a Senhora Santana, Padroeira do município. No dia 26 de julho é realizada a celebração litúrgica na Catedral, seguida da procissão com a imagem da padroeira pelas principais ruas e avenidas da cidade em comemoração ao dia da padroeira.


SÃO PEDRO
Serrinha promove o maior São Pedro da Bahia, com seis dias de festa e grandes atrações, além das tradicionais fogueiras e festas de bairros.

VAQUEJADA DE SERRINHA
Com início em 1967 quando Valdete Carneiro e Neném de Maroto resolveram criar um evento que significasse a benção e a confraternização dos vaqueiros da região. A estrutura se desenvolveu e hoje comporta mega-shows com a apresentação de grandes artistas nacionais, sempre no feriado de 07 de setembro. É a maior vaquejada do Brasil e atrai cerca de 50 mil visitantes.

MOTO ARGOLA
Evento esportivo este realizado todos os meses de outubro e conta com a participação de centenas de motociclistas de todo o país.

Órgãos regionais com sede na cidade
Diretoria Regional de Educação - DIREC 12;
Diretoria Regional de Saúde - 12 DIRES;
Circunscrição Regional de Trânsito - 29 Ciretran;
16° Batalhão da Polícia Militar;
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia - SEFAZ;
Junta Comercial do Estado da Bahia - JUCEB;
Fundação Naciona de Saúde - FUNASA;
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
Receita Federal do Brasil;
5° Delegacia do Serviço Militar do Exército;
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA;
Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia - ADAB;
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR.


A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
HISTORICO DA LINHA: A linha que ligou efetivamente a estação de São Francisco, em Alagoinhas, ao rio São Francisco, em Juazeiro, foi aberta entre 1880 e 1896 pelo Governo brasileiro, que deu a concessão a, segundo algumas fontes, Miguel Argolo. Em bitola métrica, seus trens partiam da estação de São Francisco, onde chegava uma linha em bitola larga (1m60), a E. F. Bahia ao São Francisco. Em 1911, essa linha teve a bitola reduzida e as duas linhas foram unidas sob a concessão dos franceses da Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien. Em 1935, tudo virou parte da VFFLB, estatal, e a linha passou a se chamar Linha Centro. Em 1957, foi uma das formadoras da RFFSA. Em 1975, deixou de existir o nome VFFLB. Ainda circulavam trens de passageiros entre Alagoinhas e Senhor do Bonfim até 1989. Em 1996, passou a ser concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Tem tráfego de cargueiros até hoje.

A ESTAÇÃO: Em 1880 o trem chegou a Serrinha e a estação ferroviária foi inaugurada, recebendo o nome de Rio Branco. Era então ponta de linha, linha esta que foi prolongada até Santa Luzs omente quatro anos depois, em 1884. Em Serrinha ocorreu um acidente com um trem cargueiro, em 1940, cuja foto é mostrada acima. Atualmente, o prédio da estação ainda existe. Na verdade, em uma das casas da vila ferroviária, aparece o dístico da Leste Brasileiro (LB) e a data é 1941. A caixa d'água é de 1939, em concreto. Informações da cidade dizem que o prédio da estação é de 1943. O estilo é característico de muitas estações desta época.

Na estação de Serrinha, as portas e as luminárias na plataforma (Fotos 2011 www.youtube.com/watch?v=ea2MKkhsi_U).As paredes têm revestimento de mármore - a metade de baixo. Está hoje (2011) em mau estado de conservação, com sinais de depredação. Dentro e fora há muita sujeira e pichações e usuários de drogas o frequentam. O movimento e estacionamento de composições da FCA no pátio é relativamente grande.


Um pouco mais da história de Serrinha

FUNDAÇÃO DO ANTIGO RASO



Capítulo I
FUNDAÇÃO DO ANTIGO RASO


01. O Pioneiro Capitão José Ferreira de Carvalho

        Araci foi fundado pelo Capitão José Ferreira de Carvalho no ano de 1812. Este cidadão residia na Fazenda SerrGrande, município de Serrinha. Era filho de  Manoel Ferreira Santiago  e Maria da Conceição,  Tendo nascido no ano de 1783. Era casado com Maria do Rosário Lima, irmã do padre José Alves. Depois do casamento, foi ele residir na fazenda Pedrão,  de propriedade de seu sogro, no município de Irará. Tempos depois voltou ele ao lugar denominado Campo Limpo, no município de Serrinha. Tendo sido, na sua nova residência, convidado a tomar parte na política serrinhense por alguns chefes da mesma, como não tivesse vocação para tal, não aceitou o convite, tendo, por essa causa, sofrido grande coação, resultando daí a sua retirada daquela fazenda, Resolveu então comprar ao Sr. Paulo Rabelo, residente na então vila de Entre Rios, umas vinte leguas de terra quadrada.

            O Sr. Paulo Rabelo era descendente de Antonio Guedes de Brito, fundador da Casa da Ponte, vizinha a casa da Torre de Garcia d’Ávila, tendo este último vindo de Portugal em companhia de Tomé de Sousa, 1º. Governador Geral do Brasil, em 1549. Aquelas vinte léguas de terras era então uma caatinga bruta onde só existiam animais bravios, como onça, veados etc. mudo então José Ferreira para a terra recém adquirida, vindo com todos os filhos, em número de nove, desbravar a selva e cultivar o solo de parte da terra que hoje é conhecida Araci.

            Aqui chegando edificou uma pequena casa no local onde hoje fica o curral junto ao tanque novo. Pouco meses depois, começou a construção da outra casa, muito maior que a primeira, a qual é que fica no largo do Sossego, de propriedade de Domiciano oliveira. Trouxe também em sua companhia grande número de escravos, que adquirira segundo a lei da época. Para eles edificou também varias casinhas. Mudou-se para a nova casa construída, pois era maior que a primeira e mais confortável, entregando a outra a um de seus escravos. Com o auxílio deste, e sue incansável labor, iniciou um grande e selecionado criatório de gados de muitas espécies, cujos exemplares trouxera de sua fazenda Campo Limpo.



            Alguns anos decorridos depois de estabelecido com grandes propriedades e a fazenda em desenvolvimento satisfatório, chegou o inesperado. Uma enorme estiagem assolou toda a região. Houve falta de água e de alimento para os animais, provavelmente a ausência prolongada de chuvas. O único recurso foi a saída temporária dos proprietários e seus criatórios. Poderemos muito bem avaliar os vexames pó que passaram os nossos antecessores naquelas emergências, quando não havia ainda sido feito o plantio de forrageira, como a palma cactácea, que tem sido, nos tempos atuais, o arrimo é a salvação das fazendas de gado em tempo de seca. Não existem também por aqui as cisternas e os poços artesianos, os quais atualmente são de incomensurável valor para o abastecimento do precioso líquido nas pequenas estiagens, quer ao povo, quer aos gados.

            Não havendo meios imediatos para remediar aquela situação, voltou o nosso herói a Serrinha, com toda a família e criatório. Assim que teve notícias das primeiras chuvas caídas, regressou incontinenti à sua propriedade. Aqui chegando, continuou a árdua tarefa de colonização dos campos. O lugar em que edificou as primeiras casas denominou Raso, de acordo com a espécie topográfica do terreno, isto é, coberta de caatinga baixa e emaranhada. Existiam, no entanto, em grande parte das vinte léguas de terras por ele adquiridas, muitas matas espessas, donde se extraiam madeiras de lei em grande quantidade.

            Perto de sua residência, construiu três tanques. O primeiro é o chamado Fontinha, ao sul da dita casa; o segundo foi o que é conhecido por Tanque Novo, junto do local da primeira casa, ao qual já me referi; e o terceiro foi o que hoje se chama Tanque da Nação, que era conhecido naquele tampo por Lameiro do Raso.

02. Base Genealógica da Família de Araci.

            Os filhos de José Ferreira eram nove, a saber: Severo Sabino de Carvalho, que se casou com Maria Moreira (Mariquinha). Esta era bisneta do português Frutuoso de Oliveira Maia e de sua mulher, Bernarda Maria da Silva. Estes portugueses foram dos que aportaram à Bahia quando o Brasil era província de Portugal, os quais também Ajudaram na obra de colonização das terras brasileiras. O segundo foi Ludovico Antunes de Carvalho, que se casou com Justina Ferreira, filha de Manoel Ferreira de oliveira, irmão de José Ferreira. Rita Constantina de oliveira foi a terceira filha, e se casou com seu primo Virgínio Eloy de Oliveira, filho de Antonio Ferreira, irmão de José Ferreira. Antônia Carvalho Lima foi à quarta filha, que se casou com Ângelo Pastor Ferreira, Irmão de Virgílio Eloy Oliveira.

            O quarto filho foi o Capitão Ângelo Fabiano de Carvalho, que se casou com Ana Bernadina Moreira, irmã de Maria Moreira, Mulher de Severo. Francisca Rosa (Rosa do Tingui) foi a sexta filha, e se casou com Antônio Manoel da Mota, filho de Manoel Joaquim de Oliveira e Maria Francisca de Jesus, e neto de José Ferreira de oliveira, tio de José Ferreira de Carvalho. A sétima filha foi Maria Fidélis, que se casou com José Tomé de Ferreira, filho de Antônio Ferreira Santiago e Josefa da Mota, esta também filha de Antônio Manoel da Mota. A oitava filha chamava-se Carlota. Não se casou. O nono foi o Professor Antônio Martins Ferreira.

            Em se tratando da genealogia da principal família de Araci, quero explicar aqui a razão do direito que me assiste em escrever este livro, ou seja, o cumprimento de um dever sagrado emanado da dita genealogia. Vejamos: José Ferreira de Carvalho teve como primogênito Severo. De Severo nasceu Francisco Aristide. Deste nasceu Francisco Xavier, do qual nasceu Nicolau, que é o meu genitor. De Ludovico, o segundo filho, nasceu Maria Luiza, da qual Nasceu Francisco, do qual nasceu Ana, que é minha genitora. De Rita Constantina, a Terceiras filha, nasceu Maria Rosa, da qual nasceu Nicolau, meu genitor. Da quarta Filha, Antônia nasceu Maria Silvina, da Qual nasceu Ana, que é minha genitora. Francisca Rosa foi a sexta filha, da qual nasceu Antônio, do qual Nasceu Francisco, do qual Nasceu Ana, que é minha genitora.

            Maria Fidélis foi a sétima filha, da qual nasceu Maria, da qual nasceu Francisco Xavier, do qual nasceu Nicolau,que é meu genitor. Em resumo, está aqui definido que dos nove filhos de José Ferreira de carvalho eu descendo de seis, eis porque alimento um acendrado amor à terra descoberta por aquele grande patriarca, e que me foi outorgada como herança bendita.

            A tradicional família de Araci tem os seguintes sobrenomes: Ferreira, Carvalho, Oliveira, Mota, Lima e Moreira, todos eles oriundo dos primeiros cidadãos que aqui fixaram residência, os quais eram descendentes do fundador, José Ferreira de Carvalho. Nos sobrenomes acima ditos estão o âmago e a continuidade da descendência do grande fundador de Araci. O Carvalho é aquela árvore que há 140 anos aqui surgiu, cresceu e espalhou os seus ramos. Nós somos as novas árvores que nascemos dos frutos daquela. Por este motivo dizemos com santo orgulho: nas nossas veias corre o sangue de José Ferreira de Carvalho.

03. Construção de Novas Propriedades

            No terreno que José Ferreira adquirira com o Sr. Paulo Rabelo encontrou aquele, em certo local, onde hoje está situada a aldeia denominada Rufino, uns antigos moradores que, em nenhuma prova de propriedade, ali residiam havia vários anos. Indo ele reclamar aos tais o direito de que era possuidor, encontrou da parte dos mesmos forte resistência. Não se intimidou nem recorreu à justiça. Com sua intrepidez e coragem enfrentou obstinadamente os intrusos a ponto de ser alvejado por um tiro, mas terminou vencendo.

            No citado lugar não havia naquele tempo nome algum. Alguns anos mais tarde, segundo a tradição, um dos seus escravos, de nome Rufino, estando a caçar no dia de domingo, foi sair em uma lagoa até então desconhecida, próxima ao lugar em que foram expulso os citados moradores. Ao voltar, comunicou a seu senhor o achado, e este, por ser um homem consciencioso, disse ao escravo que a dita lagoa ficaria batizada com o nome de lagoa do Rufino, em pagamento da descoberta, nome este pelo qual ainda hoje é conhecida a aldeia que surgiu depois. Na lagoa foi construído um grande tanque, o qual é de utilidade pública a todos os moradores da atual aldeia do Rufino.

            Perto do lameiro do Raso, o Cap.José Ferreira de carvalho edificou outra casa muito grande, que mais tarde ofereceu a seu filho Ludovico Antunes de Carvalho. A dita casa fica na extremidade sul da Rua Barão de Geremoabo, que, depois de pertencer a vários donos, foi dividida em duas, pertencendo atualmente uma parte a Filipe das Abóboras, e a outra, a Caboclo do Morro. Foi ela a segunda grande casa edificada nesta terra.

            José Ferreira tinha por lema colonizar terras, abrir estradas, construir propriedades. Junto ao lameiro do Raso existia também um curral de cabras, e vários casebres para escravos. De vez em quando chegavam ao Recôncavo alguns caboclos, aos quais José Ferreira dava trabalho e guarida nas suas terras, indo com isso aumentando o número de moradores. Em 1840, fundou a fazenda denominada Poço das Madeiras, junto ao riacho Tocós, fazenda que deu de dote à sua filha, Rita Constantina de Oliveira.

            Naquele tempo, usava-se festejar a elevação das cumeeiras dos edifícios de propriedades de abastados. O programa era o seguinte: quando o dono da casa em construção tinha que lavar a peça de madeira ao local da cumeeira, convidava com antecedência grande número de amigos e parentes. Uma vez reunidos, uma senhora entre os convidados rematava a licença de hastear a bandeira na ocasião em que a dita peça de madeira atingisse o lugar designado. A bandeira era confeccionada de fazenda da melhor qualidade e adornada por todas as jóias pertencente à família do proprietário da casa, e subia juntamente com a peça de madeira onde ficava a tremular durante o dia todo. Subiam ao mesmo tempo girândolas de foguetes, batiam-se palmas e davam-se vivas, seguindo-se, após, um lauto banquete, oferecido aos convivas pelo dono da casa. Foi assim que se fez a festa da fazenda “Poço das Madeiras”.

            Rita recebeu de seu pai a dita fazenda, que foi edificada em uma elevação aprazível donde se descortina um belo panorama. Plantou e cultivou um magnífico jardim de muitas qualidades de flores. Plantou um extenso pomar de grande variedade de frutas, com resultados surpreendentes. Era tal a produção que sua família se utilizava e ainda exportava para lugares vizinhos. O mel, o leite, existia ali com fartura. Tudo ali era uma nova Canaã. Essa fazenda pertence atualmente a Paulo da Conversão Ferreira, filho de Rita.

            Próximo à fazenda Poço das Madeiras José Ferreira edificou uma outra, que deu a sua filha Antônia, casada com Ângelo Pastor Ferreira. Esta nova fazenda ele denominou Camamu. Sobra a origem deste nome explicava ele o seguinte: conhecia a cidade Camamu no sul da Bahia, e como as terras desta eram iguais às da nova fazenda, propícias à lavoura de mandioca, resolveu dar-lhe o mesmo nome. Começou ali o cultivo de mandioca, com resultados satisfatórios. Esta fazenda pertenceu, tempos mais tarde, a João Pastor de Oliveira, filho de Antônia e hoje é de propriedade de Reginaldo de Araújo, de Pedras.

            Severo Fabiano de Carvalho edificou a casa da fazenda Mulungu, estabelecendo-se na mesma com sua família. Essa fazenda era localizada ao norte do então Raso onde ainda existe hoje o novo Mulungu, de propriedade da viúva de Francisco Ferreira da Mota (meu avô). A casa antiga foi demolida, tendo sido construída, próximo ao local da mesma, uma outra, que depois foi também derrubada, tendo sido feita uma terceira, o atual Mulungu.

            José Ferreira edificou também a fazenda Tingui, a qual deu à sua filha Francisca Rosa. Era ela casada com Antônio Manoel da Mota e residia na fazenda Serra Grande, em Serrinha. Com a morte de seu esposo, José Ferreira foi busca-la para morar em sua companhia, estando o mesmo morando naquela época, na dita fazenda Tingui, a qual passou para a filha e com ela ficou até a morte.

            A casa que ele edificara no lugar denominado Raso, ou seja, a segunda casa aqui construída, deu á sua filha Maria Fidélis, mulher de José Tomé. De Maria Fidélis herdou-a sua filha Maria Lídia, que e casada com o Cel. José Roque de Oliveira, filho de Ângelo Pastor, Atualmente a mesma pertence a Domiciano Oliveira.

            Depois das primeiras propriedades rurais forma surgindo outras, as quais pertenceram e pertencem aos descendentes de José Ferreira, que continuaram a obra patriota e dinâmica da desbravação dos campos e colonização dos campos e colonização das terras. Aqui, ali e acolá foram surgindo roças, sítios, fazendas e povoados. Entre outras, foram edificadas as seguintes: Fazenda Laranjeira, pelo Cel. Antônio Ferreira Mota, filho de Francisca Rosa, de cuja fazenda originou-lhe o cognome Coronel Laranjeira, que também ficou conhecido por João do Caldeirão; Fazenda Deserto, por Francisco Aristides de Carvalho, filho de Severo Fabiano de Carvalho, o qual era conhecido por Francisco do Deserto; Fazenda Recreio, pelo Cel. Vicente Ferreira da Silva, casado com Virgínia, filha de Rita Constantina, das Madeira; Fazenda Terra Vermelha,  por Amerino de Oliveira Lima, Filho de Rita Constantina; Queimada Redonda, por José Ferreira de Carvalho Neto, filho de Rita Constatina, o qual era conhecido por Zuza; e Sítio, por Ângelo Pastor Ferreira, casado com Antônia Ferreira, filha de José Ferreira de Carvalho.

            Depois destas fazendas foram surgindo inúmeras outras. As quais não registro neste livro por ser inteiramente impossível. O Caldeirão, por exemplo, hoje é uma aldeia de mais de cinqüenta propriedades rurais, todas elas pertencem aos descendentes de José Ferreira de Carvalho.

04. Outras Realizações

José Ferreira continuou sua obra iniciada. Trazia no sobrenome o Carvalho, essa árvore da família das fagáceas. Forte possante e de grande utilidade, vencedora da idade e das procelas. Tal qual o Carvalho, na sua forca e valor era aquele que tinha por sobrenome. Progressista e patriótico, preocupava-se bastante com tudo o que viesse beneficiar aos seus e à terra onde habitava. Explorava por toda a parte as riquezas naturais do solo e erigia novas propriedades. Pela sua honradez e caráter postos a prova por tão abnegado esforço, foi ele designado pelo então Governador da Província da Bahia empreiteiro de uma estrada que partia da cidade de Alagoinhas e ia até Monte Santo, tarefa esta que aceitou e que deu conta. Este foi um dos muitos atos heróicos do intrépido desbravador de terras, dadas as dificuldades existentes naquela época, quando os meios de transportes nas regiões sertanejas eram apenas o lombo de burros e a planta dos pés. Mas para quem tem força de vontade e ânimo para a luta tudo é possível. Era esta a sua bandeira.

Fonte: HISTÓRIA DE ARACI (período de 1812 a 1956) - Maura Mota Carvalho Lima. http://www.mariokarvalho.com.br/2013/04/historia-de-araci-bahia.html
http://www.carlosvilmar.com.br/histoacuteria1.html


terça-feira, 25 de setembro de 2018

HISTÓRIA DE ARACI

A Fundação

As terras do antigo Raso tiveram origem a partir das terras desmembradas da Casa da Ponte, morgado dos Guedes de Brito. Antes da cidade de Araci ser povoada por José Ferreira de Carvalho, em 1812, aqui já era caminho das boiadas que iam em direção a Jacobina e Piauí.
A região hoje conhecida como do Sisal era antigamente identificada como o Sertão dos Tocós ou Pindá, denominada assim pelos Bandeirantes que a exploraram e aqui encontraram tribos indígenas, as quais foram aos poucos sendo dizimadas. Essas tribos eram os Tapuias, Cariris, Tocós e Beritingas.
José Ferreira de Carvalho comprou através do Procurador da Casa da Ponte, Paulo Rabelo, 20 léguas de terras quadradas. Até então, aquelas terras eram pura caatinga, com diversos animais bravos e possivelmente já se estabeleciam por aqui alguns vaqueiros remanescentes do trânsito das boiadas.
O fundador de Araci, antes de ocupar as terras recém adquiridas, morava na Fazenda Serra Grande, no Município de Serrinha. Era filho de Manoel Ferreira Santiago e Maria da Conceição. Nasceu no ano de 1783, e era casado com Maria do Rosário do Espírito Santo. Deste casamento, teve os seguintes filhos: Severo Fabiano de Carvalho, Ludovico Antunes de Carvalho, Rita Constantina de Oliveira, Antônia Francisca do Espírito Santo, Ângelo Fabiano de Carvalho, Francisca Rosa de Lima, Maria Fidélis de Lima , Carlota Ferreira de Lima e Antônio Martins Ferreira.
Faleceu no ano de 1866. Seu corpo, assim como o de sua esposa e filhos foram sepultados dentro da Igreja Matriz, hoje demolida, dando lugar ao atual jardim da praça e fonte luminosa. Grande parte da população araciense descende do seu fundador.
Antiga Igreja Matriz. Anos 50

Construção da Igreja Matriz

Depois de algum tempo já estabelecido nas terras do Raso, José Ferreira de Carvalho, seus filhos e escravos iniciaram a construção de uma Igreja. Essa construção teve a contribuição do Mestre de Obras João Mendengue, vindo de Simão Dias, em Sergipe.
Nesta época, na Fazenda Raso, já existiam algumas poucas casas e já começava a ganhar um aspecto de arraial. A construção da primeira Igreja de Araci foi concluída em 1859 e inaugurada no dia 08 de dezembro do mesmo ano, com missa celebrada pelo Pe. Antônio da Rocha Viana, vigário de Tucano, que ficou responsável também pela nova Capela.
Após a construção da Igreja, utilizando-se ainda dos erviços do mesmo mestre de obras, foi edificado o cemitério da matriz, localizado no inicio do caminho para a Serra do Bonfim, hoje bairro do Município. Existente ainda hoje, é a única obra da época do Fundador e se constitui num patrimônio histórico da cidade que deve ser preservado, pois muitos dos nossos antepassados estão sepultados lá.
Praça da Conceição, 1926


Criação do Distrito do Raso

Com o desenvolvimento e crescimento da localidade, e após a construção da Capela, no ano de 1861 foi criado o Distrito do Raso, que ficaria ligado politico e religiosamente ao Município de Tucano. Com a nova condição, o pequeno arraial passou a ter subdelegado, o qual foi nomeado José Thomé Ferreira.

Documento de criação do Distrito do Raso. 1861

Criação da Freguesia do Raso

Em 12 de abril do ano de 1877, através da Lei Provincial 1.720, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Raso, ficando assim ligada ao termo de Tucano. O primeiro Padre a tomar posse na recém criada Freguesia foi Urbano Cecílio Martins, filho do Professor Antônio Martins Ferreira e neto de José Ferreira de Carvalho.

Documento de criação da Freguesia do Raso. 1877

1ª Emancipação Política

Já bastante desenvolvida em suas diversas atividades econômicas, sociais e políticas, a Freguesia do Raso caminhava para sua inevitável emancipação. Em 13 de dezembro de 1890, o então Governador da Bahia José Gonçalves da Silva desmembra a Freguesia do Raso do Município de Tucano, passando-se a chamar Vila do Raso.
Um dos grandes mobilizadores pela independência do antigo Raso foi o Padre Italiano Júlio Fiorentini, que na época era o vigário local, sendo o mesmo nomeado como Intendente, juntamente com os Membros do Conselho Higino Ferreira da Mota, Francisco Aristides de Carvalho, Virgínio Eloy de Oliveira Lima, Joaquim Alves Pinheiro e José Roque de Oliveira. Era o secretário da Intendência Amerino de Oliveira Lima.
O Padre Fiorentini pouco tempo ficou no cargo de Intendente, pois fora transferido para outra Paróquia, sendo nomeado o Cel. Vicente Ferreira da Silva e posteriormente Ângelo Pastor Ferreira. Somente em 18 de dezembro de 1893 foi realizada a primeira eleição para Intendente, sendo eleito o Cel. Antônio Ferreira da Mota.

Documento de emancipação. 1890


Intendentes – Primeiras administrações:
Pe. Júlio Fiorentini  (1890-1890)
Vicente Ferreira da Silva  (1891-1892)
Angelo Pastor Ferreira  (1892-1892)
Primeiros Intendentes eleitos na Vila do Raso:
Antônio Ferreira da Mota  (1893-1896)
José Tomás Barreto  (1896-1899)
João de Moura Barreto  (1900-1903)
Intendentes a partir da mudança do nome da Vila do Raso para Araci:
Antônio de Oliveira Mota  (1904-1907)
Vicente Ferreira da Silva  (1908-1911)
Antônio Ferreira da Mota  (1912-1915)
José Roque de Oliveira  (1916-1917)
Antônio Ferreira da Mota  (1918-1920)
José Verdelino Pinheiro  (1920-1921)
Vicente Ferreira da Silva  (1921-1925)
Esmeraldo Ferreira da Silva  (1926-1930)

Pe. Júlio Fiorentini

José Verdelino Pinheiro

Ten. Antonio O. Mota

Cel. José Roque de Oliveira

Cel. Vicente Ferreira da Silva

Mudança do nome para Araci

No dia 1º de janeiro de 1904, tomou posse no cargo de Intendente da Vila do Raso o Tenente Antônio de Oliveira Mota, e no dia 21 de setembro do mesmo ano, através da Lei estadual Nº 575, teve o nome da Vila mudado para Vila de Araci. O nome tem origem indígena e foi retirado do livro Ubirajara, de José de Alencar e significa a mãe da aurora, mãe do dia. Foi nesta mesma gestão que foi construída a Casa da Câmara, que ficou depois conhecida como Prefeitura antiga, e sua inauguração oficial se deu em 1906.
Prédio da antiga Prefeitura de Araci em desenho feito por Rodolfo Pinheiro

Construção da Capela do Bonfim 
Nosso município é cercado por diversas serras e uma dessas e talvez a mais importante é a Serra de Santa Rita, hoje mais conhecida como Morro do Bonfim. Desde a chegada do Fundador, que a referida serra começou a ser desbravada, elevando-se em 1860 um cruzeiro, que a partir daí passou a ser local de peregrinação dos moradores locais, principalmente durante a Semana Santa. No final do século XIX começou a ser construída uma Capela com recursos angariados entre os cidadãos locais através de uma campanha encabeçada por Amerino de Oliveira Lima e Antônio Oliveira da Mota. No ano de 1897 a Capela foi inaugurada e dedicada ao Senhor do Bonfim. Ainda hoje é caminho e local para as vias-sacras e procissão de fogaréu durante a Quaresma.

Capela do Bonfim, construída em 1897


FONTES:
Arquivo Público da Bahia.
LIMA, Maura M. Carvalho. História de Araci,
Laboratório Eugenio Veiga – LEV – UCSAL.
Acervo do Professor Anatólio Oliveira.
Texto: Pedro Juarez Pinheiro