Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

segunda-feira, 30 de março de 2020



Fonte: Livro de Casamentos Riachão do Jacuipe

29 de Abril de 1851

Noivo: José de Sousa Pinto, filho legitimo de Manoel Antonio Luis e Rita Maria do Espirito Santo (já falecida), natural da freguesia de Nossa Sra da Oliveira, morador de Riachão do Jacuípe.

Noiva: Maria Joaquina de Oliveira, filha legítima de Serafim de Oliveira Maia Cuieté e Antonia Maria de Oliveira (já falecida), natural e moradora dessa freguesia.

Testemunhas: Manoel Joaquim Ramos e José Brás Lopes, casados

Obs: Seria Serafim filho de Fructuoso de Oliveira Maya? Fructuoso tinha um filho chamado Seraphim, mas nas informações que temos a mulher dele se chamava Manoela. As datas parecem coincidir, mas ainda não tenho certeza.


Óbito de Nicomidia, 13 de fevereiro de 1869, filha de José de Sousa Pinto e Maria Joaquina de Oliveira


Segundo casamento Serafim de Oliveira Maia Cuité, viúvo de Antônia Maria de Oliveira. Se casou com Alexandrina Crisca (ou Prisca) Soares da Freguesia de Vila de Feira de Sant' Anna.

Data: 13 de Fevereiro de 1854


sábado, 28 de março de 2020

Ditadura - Nilda e Esmeraldina




Nilda Carvalho Cunha (1954-1971)
Aos 17 anos, Nilda fazia o curso secundário e trabalhava como bancária quando passou a militar no MR-8. Presa em agosto de 1971, em Salvador (BA), junto com Jaileno Sampaio, também militante, foi levada para o Quartel do Barbalho e, depois, para a Base Aérea de Salvador, onde foi torturada. Liberada no início de novembro, profundamente debilitada em conseqüência das torturas sofridas, morreu no mesmo mês, com sintomas de cegueira e asfixia. No seu prontuário constava que não comia, via pessoas dentro do quarto, sempre homens, soldados, e repetia incessantemente que ia morrer, que estava ficando roxa. A causa da morte nunca foi conhecida. O atestado de óbito diz: edema cerebral a esclarecer. Esmeraldina Carvalho Cunha, que denunciou incessantemente a morte da filha como conseqüência das torturas, foi encontrada morta em sua casa, cerca de um ano depois. A hipótese de suicídio foi contestada.



Esmeraldina Carvalho Cunha (1922-1972)

Esmeraldina foi encontrada morta na sala de sua casa, em Salvador (BA), no dia 20 de outubro 1972, aos 49 anos. O corpo estava pendurado num fio de máquina elétrica. Na época, sua morte foi caracterizada como suicídio, tese contestada pela família. Relato de uma de suas cinco filhas dizia que Esmeraldina comprara novos móveis para a casa um dia antes de morrer e que, ao encontrar a mãe dependurada, pudera ver marcas de sangue no chão, que sua face não estava arroxeada, nem sua língua estava para fora, que não houvera deslocamento da carótida, e que mal trazia marca do fio no pescoço. Depois de perder Nilda, a filha mais nova, vítima de tortura, ela iniciou uma luta para denunciar as atrocidades a que eram submetidos os opositores do regime militar na época. Foi perseguida, mas nunca calou-se, e por isso a Comissão Especial considerou que a documentação confirmava que a morte de Esmeraldina Carvalho Cunha se deu em conseqüência de seus atos públicos contrários aos interesses da época, resultantes de seu inconformismo

Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultnot/2007/08/29/ult23u534.jhtm
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sexta-feira, 27 de março de 2020

Esmeraldina Carvalho Cunha


Esmeraldina Carvalho Cunha (Araci, 1 de abril de 1923 - Salvador, 20 de outubro de 1972) foi dona de casa e após a morte de sua filha mais nova, presa e torturada pelos militares durante a época da ditadura no Brasil, iniciou uma luta para denunciar a violência e as atrocidades que aconteciam com quem discordava e se colocava como opositor ao regime militar.
Tanto a Comissão Nacional da Verdade (CNV), quanto a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) confirmam em seus relatórios que a morte de Esmeraldina Carvalho ocorreu como uma forma de repressão do governo em consequência de suas ações públicas e denúncias contrárias aos interesses do regime militar. Apesar de constar em sua ficha de óbito que a causa morte seria suicídio, a CNV afirma que a real causa seria a perseguição e uma ação perpetrada por agentes do Estado Brasileiros. Dessa forma, as investigações sobre o caso continuam para assim identificar e responsabilizar os agentes envolvidos.

Biografia

Esmeraldina Carvalho nasceu no município de Araci, no interior do estado da Bahia. Filha de Cândido de Sena Cunha e Minervina Carvalho Cunha, ela casou-se com Tibúrcio Alves Cunha Filho, com quem teve cinco filhas. A mais nova que fazia parte da organização política Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), Nilda Carvalho Cunha, foi presa em sua casa por agentes do Exército na madrugada do dia 20 de agosto em um cerco realizado no local para prender Iara Iavelberg. A prisão motivou Esmeraldina Carvalho, que já estava divorciada do marido, a sair à procura por toda a Bahia do paradeiro da filha mais nova, pois até então a família ainda não sabia o que havia acontecido. Procurou os comandantes militares, o juiz de menores, advogados, tentou romper a incomunicabilidade imposta pelo regime.
Ao finalmente encontrar Nilda na Base Aérea de Salvador, era visível para Esmeraldina os sinais de tortura e violência no corpo da filha. Durante dois meses, Esmeraldina enfrentou os militares e bateu de frente com o major Nilton de Albuquerque Cerqueira, um dos carcereiros de sua filha e comandante do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de Salvador, o qual tentou impor como condição para a soltura de Nilda que a mãe voltasse a viver com o ex-marido, fato que não se concretizou e quase impediu a liberdade da filha. A outra condição foi colocada quando o major esteve no quarto de hospital em que Nilda, já em liberdade, estava internada para tratamento. Sua presença e as ameaças de fazê-la retornar à prisão agravaram o estado de Nilda, que morreu dias depois, em circunstâncias nunca esclarecidas. A morte no dia 14 de novembro de 1971 de Nilda Carvalho, fez com que a mãe saísse ainda mais em defesa dos perseguidos e desaparecidos políticos na época. Mesmo sendo internada no sanatório Ana Nery, Esmeraldina não desistiu de denunciar a morte de sua filha. Assim que deixou o sanatório, ela procurou os médicos do hospital onde a filha Nilda ficou internada, entretanto, não encontrou ninguém que pudesse esclarecer as causas relacionadas com a morte de sua filha. Esmeraldina Carvalho andava pelas ruas de Salvador denunciando a violência e as atrocidades feitas pelo Exército, em especial o caso da filha Nilda. Em uma dessas andanças, foi presa na Secretaria de Segurança Pública, de onde foi liberada pela intervenção de uma amiga que a viu ser levada pela polícia.
Uma das filhas, Lúcia, também chegou a ser presa, mas foi solta logo. Outra filha, Leônia, foi militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e da Polop (Organização Revolucionária Marxista Política Operária). A filha mais velha, Lourdes, acabou também sendo afetada pelas ações do regime militar, sofrendo cruelmente por muito tempo assédio por parte dos agentes do Exército, o que lhe causou sérios problemas emocionais e comportamentais.

Morte

Esmeraldina Carvalho foi encontrada morta aos 49 anos no dia 20 de outubro de 1972 na sala de estar de sua residência. O seu corpo foi encontrado pela filha Lubéria e seu noivo pendurado por um fio de máquina elétrica. Apesar de na época a ficha de óbito constar que a causa da morte foi suicídio, a filha Leônia, estranhou que ao entrar na sua casa logo após o ocorrido, manchas de sangue estavam espalhadas pelo chão da sala. Outro indícios de que não havia sido suicídio era a ausência de marcas do fio no pescoço de sua mãe, o fato do rosto dela não estar arroxeado, a carótida não estava deslocada e tampouco a sua língua estava para fora.
Segundo o relatório e as investigações da Comissão Nacional da Verdade, concluiu-se que a morte de Esmeraldina aconteceu em decorrência do sistema de repressão e violência à oposição instaurado no Brasil durante o regime militar.
O corpo de Esmeraldina foi enterrado pela família no Cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador.

Investigação

Em decisão de 2 de junho de 2006, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro pela morte de Esmeraldina Carvalho Cunha. Seu nome consta no Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985), organizado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

Homenagens

A história de Esmeraldina Carvalho Cunha e de sua filha Nilda Carvalho Cunha constam no livro Direito à Memória e à Verdade lançado em 2007. O livro é um relatório final de 11 anos de trabalho da Comissão Especial sobre os Mortos e Desaparecidos, criada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e organizado por Paulo Vannuchi, secretário de Direitos Humanos da Presidência. O livro é a primeira versão oficial do Estado brasileiro sobre os mortos e desaparecidos da ditadura militar instaurada em 1964. Segundo as contas da Comissão, teriam sido exatamente 356 as vítimas da ditadura.
O caso de Esmeraldina e da filha também está no livro Luta, substantivo feminino: mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura publicado no ano de 2010. A obra reúne as histórias de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar no Brasil (1964-1985), cujos casos foram julgados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Fotos Antigas de Valente

Telebahia : Valente, BA - [19--]
Telebahia : Valente, BA - [19--]

Praça Getúlio Vargas : Valente, BA - [19--]
Praça Getúlio Vargas : Valente, BA - [19--]

Vista parcial da cidade : Valente, BA - [19--]
Vista parcial da cidade : Valente, BA - [19--]

Rua Possidônio Ramos : Valente, BA - [19--]
Rua Possidônio Ramos : Valente, BA - [19--]

Rua Roberval Ramos : Valente, BA - [19--]
Rua Roberval Ramos : Valente, BA - [19--]

Vista parcial da cidade : Valente, BA - [19--]
Vista parcial da cidade : Valente, BA - [19--]

segunda-feira, 23 de março de 2020

OCUPAR PARA PRODUZIR


NEM TANTO AO MAR, NEM TANTO À TERRA: 
AGROPECUÁRIA, ESCRAVIDÃO E RIQUEZA EM 
FEIRA DE SANTANA, 1850-1888

Autor: LUIZ CLEBER MORAES FREIRE



OCUPAR PARA PRODUZIR

Ano de 1856.  Dia 21 de junho.  Em pleno sertão da Bahia, na fazenda Vitória, próxima à margem esquerda do rio do Peixe, afluente do Jacuípe, distante cerca de sete léguas da Vila de Feira de Santana, o capitão José Ferreira da Silva, prevendo a proximidade da sua morte, dita o seu testamento. Nele, faz algumas declarações de praxe, como pedidos de missas pelas almas de seus pais, parentes, padrinho, amigos e, inclusive, pelas de seus escravos e mais algumas declarações referentes às dívidas. Como testamenteiros, nomeia seus filhos José Ferreira Júnior, Manoel e Justino.

Decorridos três anos, mais precisamente no dia 29 de setembro de 1859, o capitão, estando em casa de sua filha Joana Maria da Silva, casada com o capitão Antônio Tavares da Silva Carneiro, na fazenda Desterro, vem a falecer e, nesse mesmo ano, é iniciado o processo de abertura do testamento e inventário de seus bens, que se desenrola até 1861.

A fazenda Desterro, juntamente com as fazendas Caiçara, Minador, Dizimeiro, Alecrim, Matheus, Sossego, Lagoa Grande, Caraúna e Floresta, compreendia o que outrora era a vasta área da fazenda Vitória, onde José Ferreira da Silva e sua falecida mulher, Ana Francisca do Espírito Santo, viveu e criou seus nove filhos.

O inventário do capitão José Ferreira da Silva revela que os seus bens estavam todos voltados para a produção agropecuária.  O monte-mor alcançou o valor   de 60:019$640 réis (sessenta contos, dezenove mil, seiscentos e quarenta   réis) e estava equilibradamente distribuído da seguinte forma:  terras próprias e bens de raiz, 27,3%; escravos, 19,5%; gados vacum,  cavalar  e  muar,  38,0%;  adiantamentos  a  herdeiros,  13,0%;  e  bens  diversos  como móveis,  alfaias,  ferramentas  e  produtos  da  colheita agrícola  como  feijão,  milho,  mandioca  e fumo, 2,2%.

O capitão, um típico representante da classe dos senhores escravistas da região, já no alto dos seus 88 anos de idade, não era mais aquele grande fazendeiro que, em 1835, figurou como o segundo maior proprietário de escravos do termo de Feira de Santana, possuindo 71 cativos, seguido por seu irmão Antônio Ferreira da Silva, com 66 – como pode ser constatado através do Apêndice A. A quantidade de escravos arrolados em seu inventário restringia-se a 12 homens e 06 mulheres, nascidos todos no Brasil, ou seja, crioulos, descritos em suas atividades como sendo “do serviço da enxada” ou “do serviço da roça” e um ocupado no serviço de vaqueiro.

Entre os seus bens, os gados corresponderam a 700 cabeças de vacum, 24 cavalos e uma mula velha, distribuídos em suas fazendas localizadas nos atuais municípiosde Tanquinho, Riachão do Jacuípe, Candeal e Conceição do Coité.

Escravos, gado, terra.  A posse desses três elementos de riqueza conferia Status a quem os possuísse durante o período escravista da nossa história.  Como muitos em igual condição à sua, de criador de gado e proprietário de terras e escravos, o capitão José Ferreira talvez tenha aspirado à obtenção de algum outro título que lhe conferisse ainda mais prestígio.

Entretanto, o máximo que alcançou, ou que talvez a sua condição econômica pôde lhe proporcionar, foi o de Capitão das Ordenanças da Freguesia de São José das Itapororocas, com patente confirmada pelo Imperador Pedro I, em 1829. A concessão dessa patente possivelmente foi em reconhecimento pela sua participação na luta pela expulsão dos portugueses da Bahia, em 1823.

Através desse documento podemos nuançar a dinâmica da produção que girava no entorno de uma propriedade rural da região de Feira de Santana, durante o período escravista.

Nela, a mão-de-obra escrava estava justificada através do seu emprego na lavoura do tabaco e gêneros alimentícios, como o feijão, o milho e a mandioca, além do cuidado com o gado.  A forte participação do gado bovino e cavalar entre os seus bens (38%), evidencia a importância destes, principalmente por se tratar de uma região que, desde os seus primórdios, foi voltada para a pecuária.

O caso particular do capitão José Ferreira da Silva encerra em si as grandes linhas deste trabalho:  a produção agropecuária amparada pela mão-de-obra escrava e a riqueza dos moradores da região de Feira de Santana em meados o século XIX. Para melhor tratar esse universo, é necessário recuarmos um pouco no tempo a fim de entendermos a importância das fazendas de gado para o povoamento da região e surgimento da Vila de Feira de Santana, além, é claro, do comércio do gado como responsável pela formação da riqueza dos fazendeiros e comerciantes da região.





sexta-feira, 20 de março de 2020

Fotos Antigas Salvador 1952

Elevador Lacerda em Salvador (BA) - mar. 1952
Elevador Lacerda em Salvador (BA) - mar. 1952

Forte de N.Srª do Monte - Serrat em Salvador (BA) - 1952
Forte de N.Srª do Monte - Serrat em Salvador (BA) - 1952

Igreja de Santo Antônio em Salvador (BA) - mar. 1952
Igreja de Santo Antônio em Salvador (BA) - mar. 1952

Farol da Barra em Salvador (BA) - mar. 1952
Farol da Barra em Salvador (BA) - mar. 1952

Bairro da Barra em Salvador (BA) - 1952
Bairro da Barra em Salvador (BA) - 1952

Vista da cidade alta de Salvador (BA) - mar. 1952
Vista da cidade alta de Salvador (BA) - mar. 1952


Prédios em Salvador (BA) - mar. 1952
Prédios em Salvador (BA) - mar. 1952

Prédios em Salvador (BA) - mar. 1952
Prédios em Salvador (BA) - mar. 1952

Ladeira na Cidade Alta de Salvador (BA) - mar. 1952
Ladeira na Cidade Alta de Salvador (BA) - mar. 1952

Rua na Cidade Alta de Salvador (BA) - mar. 1952
Rua na Cidade Alta de Salvador (BA) - mar. 1952

Forte de Nossa Senhora do Monte Serrat em Salvador (BA) - 1952
Forte de Nossa Senhora do Monte Serrat em Salvador (BA) - 1952

Igreja do Bonfim em Salvador (BA) - mar. 1952
Igreja do Bonfim em Salvador (BA) - mar. 1952

Prédio no Centro da Cidade de Salvador (BA) - 1952
Prédio no Centro da Cidade de Salvador (BA) - 1952

Igreja de Santo Antônio em Salvador (BA) - mar. 1952
Igreja de Santo Antônio em Salvador (BA) - mar. 1952

Porto de Salvador (BA) - 1952
Porto de Salvador (BA) - 1952

Vista da cidade baixa em Salvador (BA) - mar. 1952
Vista da cidade baixa em Salvador (BA) - mar. 1952

Farol da Barra em Salvador (BA) - 1952
Farol da Barra em Salvador (BA) - 1952

Pelourinho em Salvador (BA) - mar. 1952
Pelourinho em Salvador (BA) - mar. 1952

Vista da cidade baixa, perto do Elevador Lacerda em Salvador (BA) - mar. 1952
Vista da cidade baixa, perto do Elevador Lacerda em Salvador (BA) - mar. 1952

Cidade de Salvador a partir da Baía de Todos os Santos (BA) - 1952
Cidade de Salvador a partir da Baía de Todos os Santos (BA) - 1952

Cidade de Salvador a partir da Baía de Todos os Santos (BA) - 1952
Cidade de Salvador a partir da Baía de Todos os Santos (BA) - 1952

Cidade de Salvador a partir da Baía de Todos os Santos (BA) - 1952
Cidade de Salvador a partir da Baía de Todos os Santos (BA) - 1952

Miniatura da Igreja de Santo Antônio em Salvador (BA) - mar. 1952
Miniatura da Igreja de Santo Antônio em Salvador (BA) - mar. 1952

Rua Chile : Município de Salvador - 1952
Rua Chile : Município de Salvador - 1952

Igreja do Bonfim em Salvador (BA) - mar. 1952
Igreja do Bonfim em Salvador (BA) - mar. 1952

Aspecto do mercado de Água de Meninos em Salvador (BA) - maio 1952
Aspecto do mercado de Água de Meninos em Salvador (BA) - maio 1952

Aspecto do mercado de Água de Meninos em Salvador (BA) - maio 1952
Aspecto do mercado de Água de Meninos em Salvador (BA) - maio 1952


domingo, 15 de março de 2020

O mito sobre a origem de sobrenomes de judeus convertidos

Nomes de plantas e árvores, como Pinheiro e Carvalho, não pertenceram só a cristãos-novos
Na Bahia do século XVII, o professor de um colégio jesuíta perguntou o sobrenome de um de seus alunos. A resposta foi inusitada: “Qual deles, o de dentro ou o de fora”? A história, contada pela historiadora da USP Anita Novinsky em sua dissertação “O mito dos sobrenomes marranos”, exemplifica o dilema dos cristãos-novos brasileiros, nos primeiros séculos do país. Expor ou não o sobrenome da família fora de casa, sob risco de ser identificado pela Inquisição e acusado do crime inafiançável de “judaísmo”? O temor e a delicadeza do tema fizeram com que a genealogia dos descendentes de judeus portugueses no Brasil fosse envolta, por séculos, numa bruma de mitos e ignorância. Nos últimos anos, no entanto, pesquisadores têm revelado surpresas sobre os sobrenomes marranos no Brasil.
No final do século XV, os judeus compunham entre 10% e 15% da população de Portugal — somando os cerca de 50 mil locais e os quase 120 mil que cruzaram a fronteira em 1492, quando os Reis Católicos Fernando e Isabela expulsaram toda a população judaica da Espanha. Nos primeiros dois séculos depois do Descobrimento, o Brasil recebeu boa parte dessa população, os chamados cristãos-novos (ou “marranos”, pelo apelido pejorativo da época), convertidos ao cristianismo à força, por decreto de Dom Manuel I, em 1497. Historiadores concordam que um em cada três portugueses que imigraram para a colônia era cristão-novo.
Até recentemente, acreditava-se que esses judeus conversos abandonaram seus sobrenomes “infiéis” para adotar novos “inventados” baseados exclusivamente em nomes de plantas, árvores, frutas, animais e acidentes geográficos. Assim, seria fácil. Todos os portugueses com os sobrenomes Pinheiro, Carvalho, Pereira, Raposo, Serra, Monte ou Rios, entre outros, que imigraram para o Brasil após 1500 devem ter sido marranos, certo? Errado.
— Em minhas investigações, não encontrei prova documental de que nomes de árvores, animais, plantas ou acidentes geográficos tenham pertencido apenas ou quase sempre a marranos — afirma Anita Novisnky, uma das maiores autoridades no assunto.
O que causa confusão, segundo Novinsky, é o fato de que os sobrenomes adotados pelos cristãos-novos eram os mesmos usados por cristãos-velhos, alguns por nostalgia, outros por medo de perseguições. Afinal, no Brasil, os marranos foram perseguidos por 285 anos pela Inquisição portuguesa. Quem demonstrasse apego à antiga religião poderia ser condenado à morte na fogueira dos “autos de fé”, as cerimônias de penitência aos infiéis.
Como identificar, então, quem era marrano? A mais importante pista está justamente nos arquivos da Inquisição. Aproximadamente 40 mil julgamentos resistiram ao tempo, 95% deles referentes a crimes de judaísmo. Anita Novinsky encontrou exatos 1.819 sobrenomes de cristãos-novos detidos, só no século XVIII, no chamado “Livro dos Culpados”. Os sobrenomes mais comuns dos detidos eram Rodrigues (citado 137 vezes), Nunes (120), Henriques (68), Mendes (66), Correia (51), Lopes (51), Costa, (49), Cardoso (48), Silva (47) e Fonseca (33).
— A Inquisição anotava todos os nomes dos detidos cuidadosamente, como se fosse a Gestapo nazista e mantinha uma relação de bens de cristãos-novos para confiscar — diz Anita.
Isso não quer dizer, no entanto, que todas as famílias com esses sobrenomes eram marranas. Nas investigações, sob tortura, os detidos diziam tudo o que os inquisidores queriam ouvir, acusando vizinhos, empregados e parentes “inocentes”. Fora isso, os sobrenomes eram realmente comuns.
— Não havia nenhum sobrenome exclusivo de cristãos-novos. Até porque eles mudavam sempre que podiam, além de adotarem nomes compostos. Muitos irmãos e esposos adotavam até mesmo sobrenomes diferentes, só para confundir — explica o historiador israelense Avi Gross
O historiador paulistano Paulo Valadares, autor do “Dicionário Sefaradi de Sobrenomes”, no qual destaca 14 mil sobrenomes oriundos de judeus da Península Ibérica, aponta para mais uma complicação: o da mestiçagem brasileira. A grande maioria dos cristãos-novos se misturou depois de uma ou duas gerações com outras culturas e raças.
— Poucos conseguiram manter as tradições judaicas por muito tempo. Algumas famílias tentaram, se isolando em algumas áreas do país, principalmente no Sertão nordestino, e praticando a endogamia (casamentos dentro da família).
Para os aficionados em genealogia, um novo site na internet, o “Name your roots” (que tem versão em português), pode ajudar a descobrir as raízes. No portal, criado há três meses por dois religiosos israelenses, é possível obter explicações e bibliografia gratuitamente sobre sobrenomes marranos comuns no Brasil.
Mas Paulo Valadares alerta que é preciso ir além: identificar se há antepassados portugueses que chegaram ao Brasil nos séculos XVI ou XVII ou se foram citados nos anais da Inquisição até o século XVIII, se a família se estabeleceu em alguma região específica e se guarda tradições “estranhas”. O documentário “A estrela oculta do Sertão”, de Elaine Eiger e Luize Valente, traz exemplos de algumas dessas tradições, que ainda sobrevivem no Nordeste: olhar a primeira estrela no céu, não comer certos alimentos como carne de porco, não misturar carne com leite, vestir a melhor roupa na sexta-feira, enterrar corpos em “terra limpa” (envolto apenas numa mortalha), rezar numa língua estranha e colocar pedras em túmulos.
— Depois de conviver com comunidades do interior do país, percebi como os descendentes de marranos praticam tradições judaicas no dia a dia — conta Luize , que lança, em agosto, o romance “O segredo do oratório” (Record), contando a saga de uma família de cristãos-novos no Brasil.
O médico paraibano Luciano Canuto de Oliveira, que voltou ao judaísmo depois de descobrir suas origens marranas, define sua identidade de modo parecido com a resposta do aluno do colégio jesuíta, há quatro séculos: “Ser marrano é ser judeu por dentro e católico por fora”.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Documentos da Família Cedraz Carneiro

Recebi recentemente alguns documentos antigos do ramo Cedraz Carneiro, certidões e títulos de terra, fotos, etc.





















Maria Cedraz Carneiro (Esposa de José Cedraz Carneiro Filho e Cunhada de Aristides Cedraz de Oliveira)





Eutalia Cedraz Carneiro e José Carneiro Araújo