Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A Familia de Serrinha

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“… e foram fundadas as villas de Jacobina em 1720 e Rio de Contas em 1724, as primeiras villas do sertão baiano … Ligadas as duas villas entre si, foram logo unidas á cidade do Salvador, Bahia de todos os Santo, por estradas traçadas por cima das velhas picadas, dos trilhos primitivos. O surto nunca mais foi detido.

Uma dessas estradas abertas por Garcia d’Avila e outros grandes criadores de gado no alto sertão, entre os anos de 1654 e 1698, para a conducção de suas boiadas, e rectificada e melhorada pelo coronel Pedro Barbosa Leal em 1720, quando fundou a villa de S. Antonio de Jacobina, cortava o sertão dos Tocós, também chamado do Pindá, onde ficavam o arraial de Agua Fria, e as fazendas de Sacco do Moura, Serrinha, Tambaatá, Massaranduba, Pindá, Cuyaté, etc. Em Serrinha tomava ás direitas, pela fasenda Raso, hoje villa Aracy, para Gerimoabo e Pontal no rio S. Francisco, e ás esquerdas para Jacobina. Serrinha que em 1716 era simples logradouro da fazendaTambuatá, onde já morava Bernardo da Silva, passou em 1723, por compra que de suas terras e das terras do Tambaatá fez Bernardo da Silva aos antepassados da casa da Ponte, à sede da fazenda, que deixou de ser Tambaatá para ser Serrinha, ficando Tambaatá como logradouro. Morto Bernardo foi partilhada ente os seus herdeiros, que doaram algumas braças de terra, no local da casa da fazenda, a N. S. Sant’Anna e ahi erigiram uma capela, que concuida em 1780, foi em1838, deseseis annos depois da nossa emancipação politica, elevada a categoria da matriz da freguesia ahi então criada. A freguesia ficou annexada ao Termo da villa de Purificação dos Campos, criada no anno anterior em substituição á villa de S. João Baptista de Agua Fria, então extincta, e só em 1876, por influência e prestígio do inesquecivel capitão José Joaquim de Araújo, o popularissimo capitão Zezinho da Soledade, pai do autor destas linhas, gozou dos fóros de villa, agora elevada a cidade.

…em 1723, por escritura pública passada na Bahia e pousadas de D. João de Mascarenhas, este e sua mulher d. Joanna da Silva Guedes de Britto, em notas do tabelião Manoel Affonso da Costa, venderam a Bernardo da Silva, morador no sertão dos Tocós, pot 2:200$000, á vista, as terras do Sertão dos Tocós e nellas um sítio chamado Serrinha, confronta e demarca por uma parte com terras delles vendedores, e sitio em que está de renda Gaspar Pinto, buscando o taboleiro que vae para a catinga onde morou Antonio Gonçalves e demarcando ao meio com o Saco do Moura, donde corre rumo a tapera do Cypriano, de lá cortando a entestar e demarcar com terras de Francisco de Sá Peixoto, de outra parte com rumo á partir com terras do cel. Antonio Homem, por outra parte, ainda corre direito o rumo a partir com terras de Manoel Carlos Lima, e deste corre rumo direito a entestar e partir com o Saco dos Tapuyos, bascando a lagoa do Genipapo, correndo o rumo direito a entestar com terras do dito Francisco de Sá Peixoto.

Eis que era o sertão dos Tocós em 1723… Foi, pois, Bernardo da Silva … o primeiro e unico proprietário do sitio Serrinha, que, por sua morte passou a seus filhos e genros e hoje se acha na posse e dominio de seus tetranetos e filhos destes…

…Agua Fria já era freguezia desde 1718, e villa á partir de 1727, quando a carta regia de 24 de Abril a elevou a essa dignidade, desmembrando-a de Cachoeira, que foi creada villa em 1689. Serrinha lhe pertencia, mas como uma simples fazenda de gado, de propriedade de Bernardo da Silva, criador abastado e chefe de numerosa prole. Só por morte de Bernardo, a qual devia ter ocorrido pouco antes de 1763, senão n’este ano, é que se pensou em érigila em Arraial, embora já tivesse, desde muito tempo, a sua capella sob a invocação de Senhora Sant’Anna.

Em um documento de 1763 se fallou no sitio de Senhora Sant’Anna de Serrinha, em outro de 1775 se fallou tão somente em sitio Serrinha, mas em 1814 já se falla no arraial de Serrinha. Serrinha, portanto só foi arraial depois de  1780, quando foi concluida a capella que ainda hoje é a Matriz da freguezia. O arraial conseguintemente não é obra de Bernardo, mas de seus filhos e genros. Foram estes senão os iniciadores, pelo menos os concluindores da construção da Igreja, que ainda hoje é a mais sumptuosa das suas construções, toda de pedra e cal que é. E’ crivel que o impulso poderoso tivesse partido de sua viúva Maria do Sacramento, fortemente amparada por seus filhos; Pe. Prudente e Maria da Purificação, esta solteira, d’uma piedade rara, de uma vida sem um mínimo deslise, toda virtude e bondade.

Nenhuma duvida existe sobre a personalidade de Bernardo da Silva, de sua mulher Maria do Sacramento e de seus filhos. Eram elles em 1731 os moradores das bastantes casas, bem como os proprietarios da fazenda de gado… Não sei se elles eram portugueses, ou tão somente descendentes de portugueses.

Talvez Bernardo da Silva, seja filho, ou mesmo neto de Sebastião da Silva, tabelião na cidade de Salvador, Bahia de Todos os Santos, que de 1612 a 1653 era proprietário de terras entre os rios Sabauma e Inhambupe, e de quem eram descendentes Roberto da Silva e outros que ainda em 1761 eram hereos confinantes do fidalgo Manoel Saldanha, senhor de grandes tratos de terras no sertão dos Tocós, e de cujos antepassados Bernardo da Silva, houve por compra, em 1723, o sitio Serrinha. Seja ou não, elle era entretanto de fina linhagem portugueza, e dos honrados portuguezes d’aquella época tinha a tempera inamolgavel de finissimo aço.

Bernardo da Silva, que em 1716 morava no Tambuatá, em 1723 comprou o sítio que recebeu o nome de Serrinha, e terras de Tambuatá era, e ahi se firmou, fazendo casa, abrindo tanque,  o ainda hoje conhecido por tanque da Nação, cuidando da criação, que era preocupação das maiores actividades de então.

Por escritura pública de 7 de Dezembro de 1737, seis annos depois da passagem de Quaresma por Serrinha, Bernardo da Silva comprou …a fazenda Sacco do Moura… Em 1763, vinte e seis anos depois da compra do sitio Sacco do Moura por Bernardo Silva, este já era morto, havendo lhe sobrevivido a sua mulher Maria do Sacramento, que a esse tempo gozava boa saude em sua fazenda Serrinha, onde morava com alguns de seus filhos e genros. De facto, nesse anno de 1763 dia 24 do mes de Outubro, no sitio de Senhora Sant’Anna de Serrinha, Termo da Villa de S. João Baptista de Agua Fria, e casa de morada da senhora Maria do Sacramento viuva do defuncto Bernardo da Silva, o reverendo Padre Prudente da Silva, e Fructuoso de Oliveira Maya e sua mulher Bernarda Maria, o alferes José da Silva e Oliveira e sua mulher Anna de Jesus e Silva, e Maria da Purificação … venderam ao seu irmão e cunhado o capitão Apollinario da Silva, as partes que tinham na fazenda Sacco do Moura … por fallecimento do defuncto seu pae e sogro Bernardo da Silva. Não devia haver decorrido muito tempo da morte de Bernardo…

Por este documento se vê que cinco filhos tinha elle de certo a saber: o Padre Prudente, O capitão Apollinario, o Alferes José da Silva e Oliveira, Bernarda Maria casada com Fructuoso de Oliveira Maya e Maria da Purificação, que não se casou e diz um velho manuscripto ‘viveu sempre na casa paterna, e foi de uma reputação illibada’. Havemos de vêr que outros teve elle como sejam Ignacio Manoel da Silva, do Genipapo, e mais quatro filhas casadas respectivamente com Antonio Carneiro da Silva, de S. Bartholomeu, Antonio Manoel da Motta, do Tambuatá, Domingos Ferreira Santiago, de Serra Grande e Miguel Affonso Ribeiro, do Sitio.

Antonio Carneiro da Silva e Miguel Affonso Ribeiro, bem como o capitão Apollinario da Silva, foram testemunhas instrumentarias da escriptura publica de venda de partes das terras do sitio Candeal, que em notas do tabellião da villa de Agua Fria, Antonio Pinto dos Reis, Fructuoso de Oliveira Maya e sua Mulher Bernarda Maria da Silva, seus proprietarios, moradores no sitio Serrinha, passaram em 18 de Dezembro de 1775 ao alferes José da Silva Oliveira.

Antonio Carneiro morava em S. Bartholomeu, hoje Termo do Riachão de Jacuhype e então de Cachoeira; Apollinario da Silva residia no Sacco do Moura e Miguel Affonso Ribeiro tinha seu lar no sitio mais tarde conhecido por sitio dos Carneiros, por haver ahi fixado residencia o alferes José da Silva e genro do dito Miguel Affonso Ribeiro, e se tornado chefe da numerosa prlore, toda com o sobrenome de Carneiro.

Dos filhos de Bernardo, o Padre Prudente e Maria da Purificação não constituiram familia e portanto não tiveram descendencia, os demais constituiram-na e delles procedem as familias de Serrinha, Sacco do Moura, Serra Grande, Tambuatá, Sitio, S. Bartholomeu, Genipapo e Tiririca, que por sua origem, por seus entrelaçamentos, constituem a familia de Serrinha.

Essas familias ramificaram-se depois por Cachoeira, Feira de Sant’Anna, S. José de Itapororocas, Santo Amaro, Agua Fria, Pedrão, Inhambupe, Riachão do Jacuhype, Coité, Monte Alegre, Jacobina, Sento Sé, etc….”

Fonte: “A família de Serrinha” do Dr. Antonio José de Araújo, escrito em 1926. issuu.com/carlosvilmar/docs/liivro_a_fam__lia_de_serrinha_1926?e=0/4875287

7 comentários:

  1. Olá, Luana! Obrigado por responder a meu e-mail tão rápido! O material de que você me falou (em especial, os dois livros de poesias) é muito importante para mim! Quando estava respondendo a teu e-mail, algo aconteceu e perdi teu contato. Você pode me escrever para eu explicar melhor minha pesquisa? Sua ajuda será muito importante mesmo. Meu e-mail: jadionealmeida@gmail.com, facebook: Jade Almeida

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  2. Boa noite, meu nome é Mauricio sou de Serrinha, e preciso urgente de uma fotografia do Bernardo da Silva para eu realizar um trabalho de arte. quem tiver e puder me enviar eu agradeço. mauricio_cascao@hotmail.com

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  3. Mauricio, acho muito dificil encontrar uma fotografia, será que a camara de vereadores de Serrinha, tem alguma pintura?

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  4. Olá Luana, bom dia!
    Meu nome é Sérgio Quixadá Carneiro, a minha família paterna é de Serrinha e meu pai (Simônidas Simões Carvalho Carneiro) nasceu no sítio dos Carneiros em 1917. Gostaria de ter mais informações sobre a minha família. Sei que Plínio Carneiro é primo dele, Miguelzinho Carneiro que foi presidente do Clube Social de Serrinha também.
    Meu e-mail sergio.quixada@gmail.com
    Desde já agradeço a sua proatividade em organizar e dar informações sobre nossas famílias.

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  5. Boa Noite Luana meu nome e Maria do Socorro Gonçalves de Carvalho minha mae era nascida em Serrinha em 16/09/1910 chamava-se Isabel Valverde Gonçalves filha de Joaquim da Silva Gonçalves e Davina Valverde Gonçalves gostaria de saber alguma coisa sobre meus avós soube que meu avo era português que chegou pequeno em Serrinha e minha avó era Espanhola chegountambem pequena da família Valverde Existe algum livro sobre familias antigas de Serrinha ?meu avo era coletor do Estado meu email mscarvalho15@yahoo?com.br Gostaria também de informações de Orlando Carneiro casado na época com Marieta Valverde tinha duas filhas Oraide e Oraidete .Desde já agradeco

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  6. Sugiro se cadastrar no site familysearch. Lá tem a microfilmagem dos atos batismo, casamentos etc da igreja matriz de Serrinha e seus povoados.

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  7. Estou procurando a família de sobre nome Batista ali en serrinha

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