Os livros históricos que discutem sobre o povoamento das terras do sertão baiano nos inclinam a pensar que nos primeiros tempos de colonização, já se abriam caminhos e se estabeleciam pousos nos vales, às margens dos rios Jacuípe e Tocos, no território que hoje compreende o município de Conceição do Coité.
Os criadores de gado, comerciantes dos sertões de Piauí e São Francisco, com o desenvolvimento desta criação, mandavam seus vaqueiros transportarem seus gados para comercializá-los nas grandes cidades e vilas existentes.
As boiadas eram sempre conduzidas nas direções dos rios, onde encontravam água fresca e pastagens abundantes. À borda dos rios se faziam pousos, erguiam-se os currais que davam origem às fazendas que por sua vez, originavam os futuros povoados. Na falta do rio mais próximo, os vaqueiros pousavam com as boiadas sob uma árvore sombrosa qualquer, onde existisse pastagem. A árvore mais frondosa então existente em nosso município, era a cuitezeira. Por essas e outras razões é que os vaqueiros e suas boiadas acampavam na “Fazenda Coité” sob a sombra de uma cuitezeira, arvore que deu o nome a Fazenda e que se tornou marco central para o desenvolvimento da cidade, com a construção, nas suas proximidades, da primitiva capela.
A terra onde se situava a “Fazenda Coité” se encontrava, a princípio, sob a jurisdição de Cachoeira, elevada à vila em 1698, para a qual for transferida a sede da Ouvidoria da Bahia. Em 1718, foi criado o arraial de São João Batista de Água Fria cuja sede foi transferida em 1832 para a vila de Nossa Senhora da Purificação do Campos em 1842, passando nossas terras a pertencerem a essas unidades administrativas.
Em 1855 o território de Conceição do Coité passou para o domínio da Vila de Feira de Santana, até que, em 1878, a freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Jacuípe foi elevada à categoria de Vila, sendo-lhe anexada a nossa Paróquia. Somente em 1890 é que o município de Conceição do Coité foi criado e instalado, desmembrando-se de Riachão do Jacuípe. A partir daí, o município passou por uma fase de insustentação, chagando a ser suprimido em 1931; voltando conseqüentemente a integrar ao território do Município de Riachão do Jacuípe. Em 1933, o município foi restaurado, definitivamente, sendo a sede elevada à Categoria de Cidade em 1938.
As terras da Fazenda Coité, compreendidas entre a fazenda Boca da Caatinga, Mocambo, Berimbau, Pindá, Patos e outras das incomensuráveis sesmarias, pertencia a Francisca Joana Josefa da Câmara, viúva de D. Manoel de Saldanha, que teria vendido uma parte da mesma ao senhor Manoel Antonio dos Santos e outra parte a Joaquim de Sousa Benevides, pai de João da Cunha Benevides que posteriormente adquiriu estas por título de compra aos mesmos e por adjudicação pelo falecimento dos seus pais, moradores deste lugar.
A denominação de “Fazenda” sugere que ali existiam umas árvores da família das Bignoniáceas, denominada de “Coité”, dando origem posteriormente ao povoado, à freguesia, à vila, à cidade e conseqüentemente, ao município de Conceição do Coité.
Coité, segundo o etnógrafo Teodoro Sampaio, vem do tupi-guarani, cui + etê, significando vasilha ou cuia: a cunca do licurizeiro, a coité, a cuia da cabaça, etc.
Era norma canônica a garantia de construir capelas sobre o patrimônio de terras legalizadas por doação. Só assim as autoridades eclesiásticas admitiam essas casas de oração para o culto público. A capela foi construída por volta de 1756, em terras ofertadas pelo benemérito João Benevides, sendo doado “cem metros ao redor da igreja”, conforme diz a tradição.
A capelinha construída na antiga propriedade do Sr. João Benevides ainda existe. Logo após a criação da freguesia, sofreu constantes reformas a partir da posse do vigário Pe. Marcolino Madureira, que a ampliou com a construção da sacristia ao fundo. No mais, ainda conserva suas características primitivas.
Com a criação da freguesia em 1855 a denominação “Coité” ganhou um nova complementação, passando o lugarejo a ser conhecido por Nossa Senhora da Conceição do Coité. O topônimo se enriqueceu com o nome da santa que passou a fazer parte integrante da vida da localidade em todas as fases da sua história, exceto em 1931, quando o município foi extinto com esse nome, passando a chamar-se “Jacuípe”. Entretanto, foi só por pouco tempo, pois, dois anos após, em 1933, o município foi restaurado, voltando à denominação de Nossa Senhora do Coité, para a alegria de todos os coiteenses.
Conceição do Coité, pelo seu franco desenvolvimento e pela sua posição geográfica, era bastante cobiçada pelas cidades circunvizinhas.
Pelo pouco tempo de sua existência veremos que a mesma pertenceu a várias outras cidades mais desenvolvidas da época. Não obstante pertencer à Cachoeira, Água Fria, Irará, Feira de Santana e Riachão do Jacuípe, veremos que até Queimadas (que na época não passava de um simples arraial) tentou, através de Projeto em 1848, elevar aquele arraial à vila, pertencendo a Queimadas. Porém essa tentativa foi frustrada.
Logo após a criação da freguesia, marco propulsor do progresso e do desenvolvimento, Conceição do Coité desmembra-se da freguesia de Riachão do Jacuípe e passa para o domínio de Feira de Santana, que governou o município durante vinte e três anos, até 01 de agosto de 1878, quando volta a pertencer, juntamente com gavião, como distrito da vila de Riachão do Jacuípe, recém criada. Decorrido pouco tempo da criação da vila de Riachão do Jacuípe, o município de Conceição do Coité, pelo ato Estadual de 18 de dezembro de 1890, fica criado e desmembrado de Riachão, sendo instalado, definitivamente, a 30 de dezembro do mesmo ano. Essa forma perdurou até o ano de 1931, quando o movimento revolucionário anexou os pequenos municípios aos vizinhos de maior renda; medida antipática atribuída ao então Secretário do Interior e Justiça, Bernardino José de Sousa. Entretanto passageira como veremos a seguir: com o decreto estadual 7455 de 23 de junho de 1931,extingue-se o município de Conceição do Coité, que passa a chamar-se “Jacuípe”, cuja sede com esse nome foi a própria vila de Conceição do Coité, e o decreto 7479 de 08 de julho de 1931, extingue o município de Riachão do Jacuípe e, paradoxalmente, o seu território é anexado a este município de Jacuípe, sendo criado em sua sede uma subprefeitura.
Atendendo aos apelos e às províncias da população coiteense, o então governador do Estado e interventor federal, Juracy Magalhães, restaura o nome do município por meio do decreto 8528 de 07 de julho de 1933. Podemos dizer que Conceição do Coité também recuperou, assim, a sua autonomia político-administrativa, sendo a sede elevada a categoria de cidade pelo Decreto-Lei 10724 de 30 de março de 1938.
Na divisão administrativa de 1933, como nas divisões territoriais de 1936 e 1937, o município compunha-se de dois distritos: Conceição do Coité e Valente. Em 1953 inclui-se também Retirolândia e Salgadália.
Valente foi desmembrada em 1958 e Retirolândia em 1962.
Vale salientar que em 1943, Luis Amâncio Moreira, prefeito municipal, atendendo a solicitação do advogado provisionado, Durval da Silva Pinto, envia à comissão Revisora do Quadro Territorial da Bahia, um documento propondo uma nova denominação ao município. Ao invés de Conceição do Coité, passaria a chamar-se Cuité, por ser a denominação atual uma palavra composta. A comissão não apreciou o documento, ficando a atual denominação, “Conceição do Coité”, até os dias de hoje.
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