Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

domingo, 11 de outubro de 2020

Antonio Tavares de Brito


Antonio Tavares de Brito é um antepassado que não tenho nenhuma informação, mas encontrei os seguintes trechos sobre um dos filhos dele:

"O 1º padre responsável pela Catedral foi, Pe. José Tavares da Silva (paroquiato 1846-1867) Natural de Muritiba, comarca de Maragogipe, filho de Antônio Tavares de Brito e Ana Lobato de Souza. Foi ordenado em Salvador, vindo em seguida para ser vigário colado de São José das Itapororocas em 1821. Foi transferido quando da mudança da freguesia de São José de Itapororocas para Feira. Foi agraciado com um título honorífico, por ocasião da visita do imperador D. Pedro II (1859) a Feira de Santana. Teve o padre Ovídio de São Boaventura como seu coadjutor. Faleceu em 1867, quase centenário."

http://wikimapia.org/5881353/pt/Catedral-Nossa-Senhora-de-Sant-ana

e

"Num dia quente de sábado, como costumam ser os dias de março às portas dos sertões baianos, sobretudo em tempos de seca1 , poucos meses depois da abolição da escravidão nos Estados Unidos ocorria, numa pequena vila do interior da Província, um fato de muita relevância - ao menos para Hilária, seus filhos e seu consorte. Naquele dia, tão quente e modorrento quanto tantos outros sábados na Feira de Santana, rompiam-se, em face do direito, os nós que os amarravam ao cativeiro. 

Naquele sábado, passando pelo movimentado centro da Vila, levando consigo uma folha de papel embaixo do braço, o vigário José Tavares da Silva dirigiu-se à rua Duque de Caxias, onde estava localizado o cartório de Francisco Gonçalves Pedreira França, ou apenas Tabelião França, como era mais conhecido. Ali o Tabelião tomoulhe a carta de alforria que o tal padre havia escrito para Hilária e na sequência fez os procedimentos de praxe – conferir e alterá-la se necessário -, registrando-a por fim em seu livro de notas públicas. A postura do padre conferia ao documento legitimidade jurídica ao torná-la pública e reconhecida por seus pares. Ao registrar a vontade do dito Vigário em conceder a liberdade a sua “mulatinha Hilária”, o Tabelião França registrava e tornava público também que a carta de alforria daquela mulher foi “conferida por seu benfeitor”. Ficava doravante inscrita a ação benevolente do padre senhor de escravos.

Nascido em Muritiba, comarca de Maragogipe, no Recôncavo baiano, filho de Antônio Tavares de Brito e Ana Lobato de Souza, o religioso foi ordenado em Salvador, de onde seguiu, em 1821, para São José das Itapororocas, freguesia de Feira de Santana, para exercer suas funções de pároco. Mas, somente em 1846 tornou-se vigário na Cidade, na capela recém-ampliada. Conforme a Lei Provincial n. 234, de 19 de março daquele ano, encabeçada pela Câmara Municipal, a então Vila de San’Anna dos Olhos D’àgua da Feira tornara-se sede paroquial. Foi a partir de então que a Matriz de Sat’Anna passou a ter sermões e louvores presididos pelo vigário Tavares. Em reconhecimento a seus préstimos àquele rebanho e, decerto, a seu prestígio naquela sociedade, ele foi agraciado com um título honorífico por ocasião da visita do imperador dom Pedro II a Feira de Santana, em 1859. Quase centenário, morreu em 1867, poucos anos depois da decisão de alforriar Hilária e responder aos falatórios que pareciam correr naquela Vila a respeito de sua relação com Hilária. 

O Vigário fez questão de registrar na carta de alforria sua “bondade” com a cativa, concedida a ele pelo padre José Cupertino de Araújo6 , mas também a insatisfação que o levou a passar a dita carta que, até então, lhe parecia desnecessária já que “sempre a criei como livre, tanto que lhe dei, na idade consulente, o estado de casada, em que hoje, vive com Jozé Dionízio da Silva, tendo aí vários filhos” (i.e.). Tomado de cólera indisfarçável, afirmou, em seguida, que já havia passado desde antes do casamento de Hilária uma carta de alforria “e como de presente não seja encontrado o título de sua liberdade, e recriando que não seja bastante estorvo a maldade alheia, o fato de me mesmo a haver casado e consentir no estado de livre em que ela vive a longo tempo”. Infelizmente não podemos saber o que maldavam os alheios a ponto de incomodar o padre. Suponho, no entanto, que se a primeira carta de fato existiu, o vigário poderia tê-la destruído, ou então, ela nunca passou de intenção, jamais levada a cabo, registrada em cartório e, portanto, capaz de produzir efeitos."

https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/13684/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Flaviane%20Nascimento.pdf

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