Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Eu Vi a Coluna Prestes Passar

 

Minha avó me contou algumas vezes sobre a passagem dos revoltosos por Coité, uma história que os pais dela tinham contado para ela. É uma pena que eu não tenha gravado o depoimento dela sobre o que aconteceu em Coité, mas encontrei depoimentos na internet sobre a passagem dos revoltosos por Riachão do Jacuípe.

Vídeo documentário em 24 min, Prêmio Fernando Coni Campos, Governo do Estado da Bahia, aborda a lendária passagem da Coluna Prestes, pelas cidades baianas de Pé de Serra e Riachão do Jacuípe, em 23 de junho de 1926, depoimentos de antigos moradores que testemunharam a visita do Capitão Luis Carlos Prestes e seu Estado Maior.

“Minha mãe, os Revoltosos estão chegando bem pertinho de Pé da Serra, na passagem do riacho [...]. Arrume minha malota bote meu galopim da minha Primeira Comunhão, minha camisa Volta ao Mundo, minha gaiola com meu azulão.[...]. O capitão com seu lenço vermelho cor de paixão, são estandartes [...] hasteados pelo sertão. Minha mãe eu vou embora, eu vou fazer revolução [...]” – Música

"A Coluna Prestes",letra de Miguel Carneiro e melodia de João Bá, Antônio Maracujá (violeiro e narrrador), Pedro Rabada (Chulas e Samba de Roda). Realizado em 2003.

“A terra ficou falada com uma visita que fez, tiveram aqui em nossa terra no ano de 26, vamos pedir a Jesus que não voltem outra vez. Chegaram lá pelo Pé de Serra eu le digo com tal dedicação e de lá vinheram a Riachão, e apalavra que eu falo nada erra, e o povo que ali não se encerra escutava com cuidado. Pra onde mais ele queria andar montado eu le digo com tal de garantia que visitando aqui minha Bahia…” – Música

“Como que nós poderiamos analizar a Coluna Prestes, é um fato heróico, essa coluna vai sair da Foz do Iguassu em março de 1925 e vai encerrar na Bolívia dois anos depois em fevereiro de 1927. Não podíamos esquecer que o feito militar é extraordinario. Eles nunca foram derrotados, a coluna percorreu mais de 24 mil kilômetros, conseguiu vitórias militares retumbantes, conseguiu enganar o inimigo de uma maneira continua. Foi obrigada a fugir de muitas batalhas. Esse heroísmo praticamente foi nulo, porque se deu de uma maneira isolada”

“Eu sei que a coluna Prestes também passou por aqui primeiro no Pé de Serra, lá na serra do Buji, a gente lembrando dele que já passou por ali” – música.

“Passamos no Pé da Serra, dia 19, num dia de domingo, dia 20 nós entramos no Riachão, 20 de julho de 1926. Cheram no Riachão, abriram a cadeia, soltaram um preso por nome Otávio. Pegaram um sargento e carregaram, uns viajaram e outros ficaram, dormiram no Riachão”  - Anísio Rodrigues Alves 1892

“Num dia de domingo tinha uma missa do Pé de Serra e ele voltou pra ir pra missa do Pé de Serra, quando chegou no meio do caminho encontrou um sobrinho dele. O sobrinho dele era mentiroso, descarado. Disse que a revolta tomou o Pé de serra tá cheio de revoltosos. Narciso disse que era mentira… não ,não é mentira não… aí veio um rapaz que já vinha corrido, e disse pode sair, ir embora, corra pra prender sua burra, botar amarrada no mato que é verdade, o Pé de Serra tá cheio de revoltosos” – Francisco Silva 1915

“Eles chegaram aqui na semana de São João, dia de São João eles tavam aqui dentro de Riachão” – Anônimo

“Quando meu pai soube que eles estavão perto daqui nos retirou, retiramos da fazenda e fomos pra dentro da caatinga, levando quase tudo.” - Ranlinda Oliveira Carvalho 1913

“Meu pai era carcereiro, os revoltosos foram buscar meu pai em casa, e a gente corremos tudo para de junto de meu pai. Aí eles levaram meu pai para o quartel e a gente ficou tudo chorando na porta esperando ele. Quando chegou no quartel soltaram o preso. O preso chamava Otávio. Eles disseram que no lugar que eles andavam soltavam os presos e colocavam o carcereiro no lugar, ai o preso disse não, porque ele era um pai pra mim, muito bom, deixe ele solto” – Zita Barbosa 1920

“Aquilo ninguém tinha certeza, diziam que era três mil, mas ninguem sabia certeza daquilo”  – Anônimo

“Quando aqui alguem passou o povo ficou assombrado, deram voltas no sertão, sempre em animal montado, se gente duvidasse seria sequestrado” – Música

“Eles andavam assim, como um leito de uma légua, eles andavam sim, um tavam por aqui outros por lá” – Anônimo

“Os revoltosos passo ali… tudo que tinha eles levam com medo” - João Souza 1910

“Eles passavam aqui pela rua, coletor, quem é coletor aqui? nós já tava longe…”  – Oferinda Pedreira 1905

“Passaram pertinho lá de casa, mataram novilha, tiraram um quarto, fizeram comida, comeram e deixaram o resto lá.” -  Melania Carneiro 1912

“nós tava na fazenda de tio Dormilo, um tio meu, … a gente já vinha pra casa, eles encontramos nóis no caminho…  há me disseram que tinha um fazendeiro rico, que eu quero ver se eles me dão dinheiro… nós não conhece ninguém aqui…não conhecem?…não não sei, quem é esse homem rico daqui… A gente ficava dizendo que não sabia” – Oferinda Pedreira 1905

“Pedro Paulo tinha um cofre de bronze, muito grande onde ele guardava dinheiro, naquele tempo não tinha banco, não tinha nada. Pedro paulo tinha esse cofre muito grande, aí eles entraram na casa de Pedro Paulo, panharam o cofre, levaram pra abrir, mas como é que abre? Panharam umas marretas de ferro  na tenda de Ferreiro, bateram até embolar que nem um peso de kilo, mas não abriram. Largaram tudo ai no meio da rua, não tiraram um tostão, pegaram  a marreta, beteram até desenganar”

e muitos outros depoimentos……

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