Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Escritura de Compra e Venda da Escrava Martinha 1870

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Escritura de Compra da escrava Martinha por Manoel Cedraz (escrito Cedrais) de Oliveira Junior, 11 de maio de 1870. Vendedor: Manoel José da Costa Preço: 800 mil reis (o dobro do preço de mercado).

Martinha Maria de Jesus, mais tarde, Martinha Maria de Oliveira.

De forma histórica, a escravidão negra no sertão baiano, especificamente na região do sisal é muito pouca divulgada, haja vista que mesmo nos livros didáticos quase não é citada. Diante da necessidade de informações, um pesquisador de conceição do Coité, de nome Orlando Barreto no ano de 2004, escreveu um livro intitulado de Martinha: escrava, esposa, rainha, que traz relato da escravidão em nosso município, com base em escrituras de compra e venda e outros documentos cartoriais. São vários os esclarecimentos contidos neste livro, que para autor, a força motriz do progresso desta terra foi o trabalho escravo desde o inicio da colonização em 1750, visto que a partir do ano 1865, cria-se no arraial de Conceição do Coité a primeira feira-livre as sextas-feiras, destinadas principalmente a venda de animais e escravos(câmara de vereadores da vila de conceição do Coité: livro 1- Ata de 1936).

O ano de 1849 foi estimado para o nascimento da escrava Martinha de acordo com a data da compra datada no ano de (1869) cuja escritura diz: ``uma escrava de nome Martinha, crioula, com idade de 20 anos, sendo a mesma filha de Antônia Maria de jesus (registro que se encontra na Diocese de Feira de Santana)``.Todas as informações contidas nesse livro nos revela uma história de vida de uma escrava que após o seu casamento com um fazendeiro de nome Manuel Cedraz, trava uma luta constante para promover a liberdade de diversos escravos, comprando-os com o dinheiro de seu trabalho realizado na fazenda que recebera de seu marido após terem se casados. A luta dessa mulher guerreira perdurou por muitos anos, principalmente a busca pelo seu filho querido que fora vendido. O amor de Manuel por Martinha foi tamanho que ele enfrentou todos os obstáculos impostos na época, comprando-a por um alto preço( a carta de alforria não foi encontrada, onde se acredita que tudo ocorreu verbalmente). O filho de Martinha de nome Saturnino foi encontrado com a ajuda do marido que o aceitou como seu filho.


Historicamente falando, as informações adquiridas sobre a vida dessa escrava nos ajuda a entender que a escravidão não o correu tão distante como parece ser . Conhecer uma história que aconteceu tão próxima da gente , mesmo sendo em uma outra época, mas que passa uma mensagem de luta e superação, nos leva a perceber que quando queremos algo, mesmo que muitos pensem ao contrário, com determinação e persistência as coisas podem dar certo. . Lembrando ainda que o sobrenome Cedraz deu origem á uma grande família em nosso município, e seus descendentes passaram diversas informações ao pesquisador.

Fonte: Orlando Matos Barreto ("Martinha Escrava, Esposa Rainha")

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