Sobrenome de origem geográfica. Rio e Povoação de Portugal. Cortesão tirou, com dúvida, da baixa latinidade Sousa, Saucia, ou Socia. Sousa [forma documentada no ano de 924], Souza [com z], Socia [documentado em 1088].
Leite de Vasconcelos tirou do latim saza, seixos, o que traz dificuldades fonéticas.
Outros derivam de Salsa, donde Souza, o que não apresenta dificuldade fonética. Cortesão faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza, nome da povoação, derivando aquele de saza e este de Socia (Antenor Nascentes, II, 286).
Uma das mais antigas e ilustres famílias de Portugal. Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal (Tomo XXIX), usando o Nobiliário do Cazal do Paço, principia esta antiquíssima família em D. Sueiro Belfaguer, antigo cavaleiro godo, que floresceu nos primeiros anos do século VIII, ou pelos anos de 800. Foi filho, segundo as melhores opiniões, de D. Fayão Theodo ou Theodosio (que foi bisneto em varonia de Flavio Egica, Rei da Espanha) e de sua esposa Sona Soeira, filha de D. Soeiro, Príncipe Godo. Felgueiras Gayo informa ser a mais antiga família que se encontra na Espanha Portuguesa. O primeiro Solar que teve esta Família foi na Comarca de Vila Real entre o Rio Tua e Tamega, em a terra chamada Panoyas, nome que lhe ficou de uma Cidade assim chamada pelos romanos, situada junto ao lugar de Val de Nogueiras, em cujas ruínas se encontram descrições com letras romanas. O segundo Solar desta Família, de onde se tirou o sobrenome, fica em Entre Douro e Minho, no contorno do Concelho de Rio Tamaga, denominado - a terra de Souza - regada do Rio Souza, que, nascendo por cima do Mosteiro beneditino de Pombeiro, recebe outras águas, e corre até se incorporar com o Rio Douro, muito abaixo de ambos os rios, sendo o Tamega o último que recebe duas léguas antes da Cidade do Porto. O sobrenome Souza não surgiu, senão muito depois de principiar esta família, conforme vimos, em D. Sueiro Balfaguer, que deixou numerosa e ilustre descendência do seu casamento com D. Munia - ou Menaya - Ribeiro, descendente dos condes de Coimbra, e por varonia, descendente de Sizebuto, filho de Witissa, penúltimo rei godo. Foram quarto avós de D. Gomes Echigues, que floresceu pelos anos de 1030. Homem de muito valor, que combateu em Santarém, onde, com sua lança, deteve o Rei de Castela D. Sancho e o venceu. Foi Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho, por nomeação do Rei D. Fernando, pelos anos de 1050.
Comprou o Lugar de Felgueiras, junto a Pombeiro, a Payo Moniz, pelo preço de dois bons cavalos, em 04.1039. Fundou o Mosteiro de Pombeiro, de religiosos beneditinos, pelos anos de 1040. Achava-se em Guimarães pelos anos de 1052. Próximo às terras de Pombeiro, estava o Solar de Souza. Deixou numerosa descendência do seu cas. com D. Gontrode Moniz, filha de D. Munio Fernandes de Touro [filho do Rei D. Fernando de Castela]. Por este casamento, a família Souza entrou para o sangue Real de Navarra, de quem descendem os Reis de Castela e Portugal. Entre os filhos deste último nobre cavaleiro, registra-se D. Egas Gomes de Souza, que foi o primeiro que usou este apelido Souza, na forma de nome de família, por ser nascido, criado e, depois, Senhor das terras de Souza, Solar dessa família. Foi, ainda, Senhor de Novella e Felgueiras. Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho. Sendo Capitão-General, venceu em batalha, com muito valor, ao Rei de Tunes, junto a Beja, o que lhe valeu o acrescento aos Bastões de Aragão, antiga composição de suas Armas, as quatro luas crescentes que o rei de Tunes trazia nas suas bandeiras. Deste descendem todos os Souzas, de Portugal e Brasil - salvo para aquelas famílias que em algum tempo adotaram este sobrenome, por apadrinhagem, etc. Deixou numerosa descendência, pela qual corre o sobrenome Souza, por seu cas. com Dona Flamula - ou Gontinha - Góes, filha de D. Gonçalo Trastamires da Maia e de Dona Mécia Roiz. Entre os descendentes deste casal, de interesse para o Brasil, registram-se:
I - a sexta neta, Ignez Lourenço de Souza, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Martim Afonso Chichorro, filho bastardo do Rei D. Afonso III [1248-1279], de Portugal. Foram os patriarcas da importante família Souza Chichorro, que deu diversos membros que tiveram importante atuação no Brasil;
II - o décimo segundo neto, Damião de Souza de Menezes, que serviu no Brasil e em Portugal nas guerras passadas que tiveram com Castela. Capitão-Mor e Governador do Castelo de Salvaterra, junto do Rio Minho, defronte de Monção, quando os portugueses o ganharam aos galegos. Capitão-Mor de Aveiros. Fidalgo da Casa Real. Comendador de Cabanellas na Ordem de Cristo. Com geração; III - o décimo segundo neto, Martim Affonso de Souza [1500 - 21.07.1564, Lisboa], Senhor de Prado e Alcaide-Mor de Bragança. Por ordem do Rei D. João III, veio com uma armada ao Brasil a descobrir o Rio da Prata, deixando ao seu arbítrio as disposições daquela conquista por Carta passada em Lisboa, datada de 28.09.1532. Chegando ao Brasil, bateu de frente com uns navios corsários franceses, que andavam nestes mares, tomando uns, e expulsando outros. Foi o 1.º Donatário da Capitania de São Vicente. 12.º Governador da Índia [1542-1545], onde conseguiu gloriosos sucessos no mar e na terra. «Martim Afonso de Sousa, comandante da expedição guarda costa e colonizadora que viera em 1530, recebeu 100 léguas de costa e sertão ilimitado, concessão essa dividida em duas partes: a primeira, ao Norte, entre os rios Macaé e o Curapacé ou Uqueriquerê, ao N. de Sebastião, com 55 léguas ou 379 kms de extensão, onde começava o lote de 10 léguas concedido a Pero Lopes de Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 82). «A segunda parte da concesão feita a Martim Afonso de Sousa, ao Sul, começava no rio S. Vicente (Bertioga), limite meridional do lote de seu irmão Pero Lopes de Sousa, e acabava na Ilha do Mel, à entrada da baía de Paranaguá. Media 45 léguas ou 260 kms. Foral de 6 de outubro de 1534.» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 87). Primo legítimo Tomé de Souza, Governador Geral do Brasil, e irmão de Pero Lopes de Souza, donatário de Itamaracá. «Martim Affonso amigo, Eu El Rey vos envio muito saudar; Vi as cartas, que me escrevestes por João de Sousa, e por elle soube da vossa chegada a essa terra do Brazil, e como hieis correndo a Costa, caminho do Rio da Prata, e assim, do que passastes com as Naos Francesas dos Cossairos, que tomastes, e tudo o que nisso fizestes, vos agradeço muito, e foi taõ bem feito, como se de vós esperava, e saõ certo, que a vontade que tendes para me servir, a Naos, que qua mandaste quisera, que ficara antes láa com todos, os que nella vinhão, daquei em diante quando outras taes Naos de Cossairos achardes tereis com ellas, e com a gente dellas a maneira, que por outra Provisão vos escrevo.» [Trecho de uma Carta do Rei D. João III a Martim Afonso de Souza, datada de Lisboa, 28.09.1532]. Com geração;
IV - o décimo segundo neto, Pero Lopes de Souza [- c.1542], Senhor de juro e herdade para si, e todos seus filhos, netos, herdeiros, sucessores, assim descendentes, como transversais e colaterais, da Capitania de Itamaracá e de Santo Amaro [Brasil], por mercê do Rei D. João III, em Évora, 01.09.1534, contendo 80 léguas de terra na Costa do Brasil com jurisdição Cível e Crime com Alcaidarias mores de todas as vilas e povoações das ditas terras. Faleceu vindo da Índia. «Este trecho [Itamaracá] corresponde ao terceiro lote das terras concedidas àquele capitão e compreendia a ilha do mesmo nome e as terras que lhe ficavam fronteiras, separadas do continente pelo canal de S. Cruz. Media a capitania 30 léguas de testada ou 125 kms, limitando ao N. com a baía da Traição no litoral paraibano, e ao S. com a foz do rio Igaraçú, término das terras de Duarte Coelho. Carta de doação de 1.º de setembro de 1534 e foral de 6 de outubro de 1534. [...] Na falta de herdeiro direto Pelo Lopes de Sousa, por seu falecimento, Itamaracá passou ao conde de Monsanto, D. Álvaro Pires de Castro e Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 49). No mesmo ano da doação, 1534, foi como Capitão de uma das naus da Armada que foi a Tunes, de que era General Antônio de Saldanha, com o infante D. Luiz. Em 1539, foi mandado à Índia por Capitão-mor da Armada, que se compunha de quatro navios, que o Rei mandou àquele Estado; em setembro daquele mesmo ano entrou na barra de Goa. Foi Senhor, também, da Capitania de Santo Amaro: «Além destas 30 léguas correspondentes à capitania de Itamaracá, recebeu ao Sul mais 50 léguas, divididas em duas partes: 10 léguas encravadas nas terras de Martim Afonso e 40 situadas no extremo Sul, as chamadas terras de Santana. A primeira parte de 10 léguas, situada ao longo da costa entre o rio Curupacé ou Juqueriquerê e a barra da Bertioga, media exatamente 150 kms de extensão. Inicialmente, o lote não tinha nome, só mais tarde é que veio a chamar-se Sto. Amaro ... Pero Lopes de Sousa, mais interessado no comércio de pau-brasil de Itamaracá, descuidou-se das suas terras ao Sul ... Coube a D. Isabel de Gambôa, como tutora de seus filhos Pero Lopes de Sousa, morto em criança, e depois Martim Afonso de Sousa Sobrinho, respectivamente, 2.º e 3.º donatários, nomear locotenentes para administrar as terras do Sul» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 83). Autor de um Diário de Navegação de Pero Lopes de Sousa, publicado por Francisco Adolfo de Varnhagen [edições de 1839, 1847, 1861 e 1867]. Original na Biblioteca da Ajuda, códice 51-IX-17, in fol. de 37 folhas. Primo legítimo Tomé de Souza, Governador Geral do Brasil, e irmão de Martim Afonso de Souza, donatário de São Vicente. Com geração;
V - o décimo segundo neto, Tomé de Souza [- 28.01.1579], Veador da Casa Real. Serviu na África, sendo capitão D. João Coutinho, e se achou na batalha de Alcacerquibir, tomando cinqüenta cavalos. Depois no ano de 1535, passou à Índia por Capitão da Nau Conceição; e voltando a Portugal, foi nomeado 1.º Governador Geral do Brasil, para onde embarcou em 01.02.1549. «Para comandar aquela esquadra, fundar a nova cidade, e governar a província, foi nomeado Tomé de Sousa, fidalgo honrado, que tendo militado na Ásia, e na África, e servindo a mordomia-mor de el-rei D. João III se dera a conhecer por muito digno dos cargos: e passando de Lisboa no dia primeiro de fevereiro de 1549 com a patente de capitão-general do Brasil, chegou a 29 de março seguinte ao porto da Bahia, em cuja terra aprazível foi lançado os alicerces para o estabelecimento ordenado, que dedicou a S. Salvador. Tendo governado até o mês de julho de 1553, regressou à Corte, onde o esperava o provimento de vedor da Casa de el-rei, e da Fazenda, cujo cargo ocupou também no reinado de el-rei Dom Sebastião; e foi comendador de Rates, e da Arruda ma Ordem de Cristo» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro,
VIII, 13). Retornando a Portugal, D. João III, o fez Veador da sua casa e da Fazenda. Comendador de Rates e da Arruda, na Ordem de Cristo. Achando-se velho, obteve para seu genro o lugar de Veador da Casa Real, e se retirou a viver em sua Quinta. Primo legítimo de Martim Afonso de Souza, donatário de São Vicente, e de Pero Lopes de Souza, donatário de Itamaracá. Com geração;
VI - o décimo terceiro neto, Lopo [de Souza] de Azevedo, Governador do Brasil (?);
VII - o décimo terceiro neto, Pedro Lopes de Souza [- 04.08.1578, Alcácer, África], Senhor de Prado e Senhor de Alcoentre e Tagarro. Alcaide-mor de Rio Maior. 2.º Capitão Donatário das Capitanias de Santa Ana e S. Vicente. Comendador de Mascarenhas na Ordem de Cristo e Embaixador do Rei D. Sebastião a Castela [Espanha], a quem serviu com grande zelo. Faleceu de pouca idade, na batalha de Alcácer. Comendador de Mascarenhas. Com geração;
VIII - o décimo terceiro neto, Martim Affonso de Souza, o moço, o sobrinho, 3.º Donatário da Capitania de Itamaracá [Brasil], que passou, em 1558, à Índia, onde faleceu, em Baharem, sem deixar descendência;
IX - o décimo terceiro neto, Pedro Lopes de Souza (sobrinho) [- 1578], 2.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. Herdou, além desta capitania, mais os bens que constituíam o Morgado de Alcoentre. Com geração;
X - a décima terceira neta, Jerônima de Albuquerque e Souza, que, por morte de seus irmãos, veio a ser a herdeira da Casa, e Senhora da Capitania de Itamaracá. Foi casada com D. Antônio de Lima de Miranda, Comendador de Pancalvos, Senhor do Morgado da Landeira. 4.º Donatários da Capitania de Itamaracá [Brasil]. Com geração;
XI - o décimo terceiro neto, Luiz Carneiro, Senhor Donatário da Ilha do Príncipe. Governador e Alcaide-mor da Ilha do Príncipe. Donatário de Santa Maria. Capitão-mor da Capitania de Conceição de Finacin, São Vicente, Santos, São Paulo, Paranaguá, Tapias, Cananéa, Grazipe e Bertioga, tudo no Estado do Brasil [São Paulo]. Senhor das Vilas de Alvares e Silvares. Comendador de Folques e do Concelho do Rei. Com geração;
XII - o décimo quarto neto, Ruy Vasques Pinto (Rui Vaz Pinto) [- 1626, Lisboa], que foi Governador do Rio de Janeiro [1617-1620], nomeado por Provisão de 13.07.1616, onde permaneceu até 20.06.1620, quando foi dado posse ao novo Governador.
Morreu em Lisboa, para onde passava na qualidade de Vedor da fazenda do Brasil. Com geração;
XIII - o décima quarta filha, D. Fillipa de Souza, que por seu casamento tornou-se a matriarca da importante família Souza de Macedo (v.s.), do Pará; XIV - o décimo quarto filho, Gaspar de Souza, 2.º Senhor do Morgado do Alcube. Comendador dos Altoscos de Louza, na Ordem de Cristo. Alcaide-mor de Meira. Governador e Capitão General do Brasil. Membro do Concelho de Estado. Gentil Homem da Boca do Rei D. Felipe III. Com geração;
XV - o décimo quarto filho, Ambrozio de Souza Coutinho, que passou a servir no Brasil, onde morreu. Deixou descendência do seu cas. com Justa de Azevedo;
XVI - a décima quarta neta, Isabel de Lima Souza e Miranda, que foi a 5.º Donatária da Capitania de Itamaracá [Brasil]. «Isabel legou as 80 léguas do primitivo donatário a seu primo Lopo de Sousa, neto de Martim Afonso, ficando assim este herdeiro de 180 léguas. Extinguiu-se com D. Isabel a descendência direta do fundador Pero Lopes de Sousa» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 86). Casada com Francisco Barreto de Lima, Vedor da Casa Real, Comendador e Alcaide-mor de Pena-Garcia. Faleceu sem descendência, havendo de passar a Capitania para alguma linha transversal, e, após uma contenda, saiu para a condessa de Vimeiro, Mariana de Souza Guerra, citada adiante;
XVII - o décimo quarto neto, Lopo de Souza [ - 1610], 3.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. «Em virtude de um legado que lhe foi feito por Isabel de Lima de Sousa e Miranda, última descendente de Pero Lopes de Sousa. Lopo de Sousa se apossou das capitanias de S. Amaro e Itamaracá, e entre 1580 e 1583 estiveram reunidas sob o seu governo não só aquelas capitanias como também a de S. Vicente, que legitimamente lhe pertencia, tudo no total de 180 léguas» (Oliveira Dias, Formação Territorial do Brasil, 88). Sem geração legítima, deixando bastarda;
XVIII - a décimo quarta neta, Mariana de Sousa da Guerra, que recebeu de seu sobrinho Lopo de Souza Jr., a Donatária da Capitania de São Vicente. Foi a 5.ª Donatária da Capitania de São Vicente. Casada com D. Francisco de Faro, 1.º conde de Vimieiro; e por morte de seus irmãos, veio a ser a herdeira da Casa de seus pais. Foi sucessora também, da Capitania de Itamaracá, da qual tomou posse, depois de uma contenda que houve na busca de um novo herdeiro, da mesma, por morte de Isabel de Lima Souza e Miranda, que foi a 5.º Donatária - citada acima. Foi proferida a Sentença em Lisboa a 20.05.1615;
XIX - o décimo quinto neto, D. Francisco de Souza, que serviu em Tânger. Capitão de um dos Galeões da Armada do Rei D. Sebastião em 1578. Capitão-Mor da Comarca de Beja. Senhor de Beringel, Comendador de Santo André de Urtilhão na Ordem de Cristo, e Governador e Capitão General do Estado do Brasil [1591] - «D. Francisco de Sousa, da Casa dos condes do Prado, e filho de D. Pedro de Sousa, 3.º senhor de Beringel, recebendo o governo, que os sobreditos interinos lhe entregaram em 1591, sustentou-o até o mês de maio de 1602. Foi avô do 1.º Marquês de Minas, cujo nome era semelhante, título, e mercê, conferidos por el-rei D. Afonso VI em 1670» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 17). Depois de ter sido Governador e Capitão General do Estado do Brasil [1591], quando o mandaram por Capitão General das Capitanias de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro, com a administração das Minas por tempo de cinco anos, ou pelo tempo que o Rei determinasse, por Patente passada em Madri, a 02.01.1608, que encontra-se arquivada na Torre do Tombo, no livro 23, fol. 29, da Chancelaria do dito ano. Nela diz o Rei: Hey por bem que tenha todo o poder, jurisdição, e alçada, que tem, e usa o Governador da Bahia, e mais partes do Brasil pelo seu Regimento, e minhas ordens, assim na administração da Justiça, como da Fazenda, e defensão das ditas três Capitanias, independente em tudo do dito Governador, e immediato somente a mim, conforme o Regimento, e instrucção, que lhe mandey dar, que elle guardará inteiramente». (D. Antônio Caetano de Souza, Memórias dos Grandes de Portugal, 159). «Havia tempo que se tratava na Corte de Madrid do descobrimento das Minas, e já não com vulgares notícias determinou encarregar este negócio a Dom Francisco de Sousa nas Capitanias do Sul, com Patente de Capitão General, que se lhe passou em Madrid a 2 de janeiro de 1608, separando assim as Capitanias de S. Vicente, Espírito Santo, e Rio de Janeiro, do destricto, e governo da Bahia. Concedeolhe ElRey hum grande poder, e muitas prerogativas; de sorte, foi Administrador das Minas do Ouro do Brasil, que com efeito descobriu, dando-se-lhe nas instruções o mais pleno poder, que jamais se deu a outro algum Governador, de prover todos os Ofícios, assim da Fazenda, como postos Militares, de poder fazer Fidalgos, e os mais foros: dar desoito hábitos da Ordem de Cristo com tenças; que do governo se lhe não tomaria residência; que nas matérias do governo não seria imediato mais que ao Rei, e apresentaria um Ouvidor Geral na Vila de São Paulo; e outras prerrogativas semelhantes, pelo qual servió teve a promessa de Marquês de Minas, com trinta mil cruzados de renda nelas; e por morrer muito pobre na Vila de São Paulo, antes de acabar o governo, se não verificou nele a dita mercê, o qual veioograr seu neto D. Francisco de Souza, 3.º Conde de Prado e 1.º Marquês de Minas, por Carta de 07.01.1670, lançada na Chancelaria do Rei D. Afonso VI, liv. 35, fol. 24 (D. Antônio Caetano de Souza, Memórias dos Grandes de Portugal, 159; e História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo XII, Parte II, 133). Com geração;
XX - o décimo quinto neto, Pedro da Silva, chamado «o duro». Governador e Capitão General do Brasil. Regedor das Justiças. Comendador de Santa Olaya de Pentalvos e de S. Lourenço na Ordem de Santiago. 1.º conde de São Lourenço, por mercê do Rei D. Felipe IV de Castela, em 1640. «Pedro da Silva, chamado o Duro, sucedeu no fim do ano de 1635, e governou até o de 1639. Pela defensa da Praça de Pernambuco na última ação contra os holandeses, teve o título de 1.º Conde de S. Lourenço, por carta passada em Madride a 26 de junho de 1640, e foi regedor das Justiças» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 21). Com geração;
XXI - o décimo quinto neto, Jorge de Souza Coutinho, que viveu no Brasil, e que deixou grande descendência do seu cas., no Rio de Janeiro, com Maria Galegos;
XXII - o décimo quinto neto, Paulo de Souza, que nasceu no Brasil e viveu em Lisboa. Com geração;
XXIII - o décimo quinto neto, Francisco Giraldes, Comendador da Ordem de Cristo, Embaixador de Portugal em França e Inglaterra. Membro do Concelho da Fazenda. Governador do Brasil. Com geração;
XXIV - o décimo quinto neto, Martim Afonso de Oliveira, 10.º Senhor do Morgado de Oliveira e Patameira. Comendador na Ordem de Cristo. Passou ao Brasil, para combater os holandeses, tendo falecido na cidade do Salvador, Bahia, em 1625, de uma batalha de Artilharia. Com geração;
XXV - o décimo quinto neto, Pedro de Melo, Comendador de São Pedro de Gouveia e de São Martinho de Pinhel. Mestre de Campo na Beira e Alentejo no tempo da guerra contra Castela. Governador de Serpa e depois Capitão-Mor e Governador do Rio de Janeiro [1662-1666], onde permaneceu até 1666, quando a Provisão Real de 07.12.1665 designou para sucedê-lo o novo Governador. Retornou a Portugal, em 1667. Membro do Concelho de Guerra do Rei D. Pedro II. Com geração;
XXVI - o décimo quinto neto, Ruy Vaz de Siqueira, Comendador de São Vicente da Beira, Governador e Capitão General do Maranhão. Com geração;
XXVII - o décimo quinto neto, Lopo de Souza Jr., 4.º Capitão Donatário da Capitania de São Vicente. Tomou posse da capitania e a traspassou à sua tia D. Mariana de Sousa da Guerra, condessa de Vimieiro, que foi a 5.ª Donatária, que já era Donatária da Capitania de São Vicente - citada acima;
XXVIII - a décima quinta neta, Brites de Albuquerque, Donatária de Pernambuco, matriarca da importante família Albuquerque Coelho (v.s.), de Pernambuco;
XXIX - o décimo quinto neto, Jerônimo de Albuquerque [1514, Portugal - 22.02.1694, à rua de Todos os Santos, em Olinda, PE], cunhado do 1.º Donatário de Pernambuco, e patriarca da numerosa e ilustre família Albuquerque (v.s.), de Pernambuco;
XXX - o décimo sexto neto, D. Fernando da Silveira, Capitão de Cavalos na Alemanha, Mestre de Campo em Flandres, Governador de Cascaes e um dos primeiros Conselheiros de Guerra que fez o Rei D. João IV [1640-1656]. Almirante da Armada real. Fundador da importante família Baltazar da Silveira (v.s.), que passou a Minas Gerais e Bahia, no Brasil;
XXXI - o décimo sexto neto, D. Antônio de Souza, sucessor da Casa de seu pai. Comendador de Santa Marta de Viana do Lima na ordem de Cristo. Serviu na Armada e depois no Brasil, sendo Governador deste Estado seu pai. Faleceu depois de 1631, com testamento feito a 12.11.1630, em sua Quinta de Azeitão. Com geração;
XXXII - o décimo sexto neto, D. Pedro José de Melo, que foi Governador e Capitão General do Maranhão. Com geração;
XXXIII - o décimo sexto neto, Fernão de Souza Coutinho, Governador de Pernambuco;
XXXIV - o décimo sexto neto, Antônio de Souza de Menezes, Moço Fidalgo acrescentado a Fidalgo Escudeiro com 2400 de moradia. Deixou geração bastarda com Maria de Araújo Pereira, natural da Bahia;
XXXV - o décimo sexto neto, D. Luís de Souza, Governador e Capitão General da Bahia. «D. Luís de Sousa, tendo governado as capitanias do Sul, por morte de seu pai D. Francisco de Sousa, sucedeu ao comandante desta em 1 de janeiro de 1617, e teve-o até o ano de 1622» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 18);
XXXVI - a décima sexta neta, Teresa Maria de Távora, casada com Francisco de Brito Freire, Senhor do Morgado de Santo Estevão, na Bahia, conforme vai descrito no título Brito Freire (v.s.), da Bahia;
XXXVII - o décimo sétimo neto, Braz Soares de Souza, Comendador, morreu em Pernambuco, em um combate contra os holandeses, em 1634;
XXXVIII - o décimo sétimo neto, Afonso Furtado de Mendonça de Castro do Rio e Mendonça [- 26.11.1675, Rio, RJ], 1.º Visconde de Barbacena, Senhor da Vila de Barbacena, Alcaide-Mor da Covilhã, Comendador na Ordem de Cristo. Serviu na Guerra da Aclamação. General da Artilharia e Cavalaria, na Província de Alentejo. Governador das Armas da Beira. Membro do Concelho de Guerra e Governador e Capitão General do Brasil, onde faleceu. «Tomou posse do governo a 8 de maio de 1671, e tendo ratificado o regimento-geral dos capitães-mores das capitanias sujeitas a de S. Vicente, faleceu a 26 de novembro de 1675. Jaz na igreja do convento de S. Antônio» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 26). Com geração;
XIL - o décimo sétimo neto, José de Mello, Porteiro-Mor. Senhor do Morgado de Alcube. Comendador das Comendas de S. Gião, São Salvador de Anciaens no Arcebispado de Braga, e da do Couto na Guarda. Alcaide-Mor das Vilas de Tolouza e Amieira. Donatário da Vila de Caeté, no Brasil. General de Batalha. Com geração;
XL - a décima sétima neta, Bernarda de Vilhena, casada em Pernambuco, com seu parente D. João de Souza;
XLI - o décimo sétimo neto, Paulo de Souza Coutinho, que faleceu na Bahia, em 1701;
XLII - o décimo oitavo neto, D. Antônio Luiz de Souza [06.04.1644 - 25.12.1721], 2.º marquês de Minas [Por Carta de 12.06.1674] e 4.º conde de Prado em vida de seu pai [Carta de 09.06.1664]. Senhor das vilas de Beringel e Prado, e do seu termo, com todas as jurisdições (e privilégio de não entrar nele Corregedor) e Padroados. Alcaide-Mor de Beja. Comendador de várias Comendas de Santa Maria de Azevo, Santa Maria de Viana, Santo Adrião de Penha Fiel, Nossa Senhora da Purificação de Pena Verde, São Pedro de Torres Védras na Ordem de Cristo, Santiago de Sines, e Milfontes, na Ordem de São Tiago. Aos oito anos de idade, entrou a servir de Moço Fidalgo, por Alvará de 11.04.1652. Serviu com seu pai na guerra, principiando aos 13 anos de idade a servir a Coroa, em que continuou sem intermissão, sendo Capitão de Cavalos Couraças da Guarda do General seu pai, por patente de 20.06.1661, e ocupou os postos de Mestre de Campo de um Terço de Infantaria, por Patente de 13.07.1663, e Mestre de Campo General [Patente de 06.12.1674]. Feita a paz em 1668, sendo Mestre de Campo General, governou as Armas da Província do Minho, e no ano de 1684, foi Governador e Capitão General do Brasil.
«Era o anno de 1684 em que o Marquez sahio de Lisboa, e entrou na Cidade da Bahia para ser o Iris, que estabelecesse a paz naquelle Estado, opprimido de tantos trabalhos; e porque entre as virtudes, com que adornou a sua grande pessoa, foy hum coraçaõ generoso, e huma benignidade natural, assim honrando aos homens, attrahia as vontades de todos com obsequioso respeito, pelo que logo socegou as alterações, e acabarão as discordias, com satisfação dos naturaes. [...] No anno de 1687, dando ElRey D. Pedro por acabado o governo do Marquez, voltou para o Reyno; em poucos dias de viagem lhe morreo com os proprios symptomas do referido mal seu filho primogenito o Conde de Prado, sem que golpe taõ sensivel diminuisse a constancia do seu grande coraçaõ; e continuando a sua viagem, chegou a Lisboa em Setembro do referido anno, tempo em que se celebravaõ os desposórios delRey D. Pedro com a Rainha D. Maria Sofia de Neoburg, deixando naquelle Estado glorioso nome, e venerada memoria, que fez perpetuar na Historia da America, com singular estylo, Sebastião da Rocha Pita.» (História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo XII, Parte II, 167). Membro do Concelho de Estado e Guerra [Carta de 09.06.1688] do Rei D. Pedro II e D. João V. Presidente da Junta do Tabaco [1698]. Estribeiro-Mor da Rainha D. Maria Ana de Áustria. Governador das Armas da Província da Beira, por nomeação Real de 24.06.1704. Governador das Armas da Província do Alentejo, em 1705. Com geração (D. Antônio Caetano de Souza, Memórias dos Grandes de Portugal, 167). «D. Antônio Luís de Sousa Telo de Menezes, 2.º Marquês de Minas, que ocupava o posto de governador das Armas de Entre-Douro e Minho, sucedeu a 4 do mês e ano acima referido [04.06.1684] e a 4 de junho de 1687 largou o posto de capitão-general. O tempo do seu governo será de memória perpétua, não só pela grande peste, que então consumiu notável número de habitantes da cidade (por cujo motivo recorre o povo em 13 de abril de 1689 ao patrocínio de S. Francisco Xavier, e para perpetuar a lembrança do benefício recebido com a extinção da geral epidemia, nomeou-o a Câmara padroeiro da cidade, obrigando-se a festejá-lo anual, e perpetuamente a sua custa no dia 10 de maio, com procissão solene, o que aprovou a provisão régia de 3 de março de 1687), mas pela caridade, e ações piedosas, com que ele se mostrou, visitando com frequência os enfermos, enchendo-os de consolação, e socorrendo-os com esmolas, além de ser efetivo em acompanhar o Santíssimo Sacramento, quando por viático se administrava aos mesmos enfermos» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 28); XLIII - o décimo oitavo neto, D. João de Souza [- 06.02.1703, Viana], Veador da Casa do Rei D. Pedro II, ofício que lhe cedeu seu pai, por faculdade Real. Comendador das Comendas de Santa Maria da Vila do Prado, e de Santa Maria de Villa-Franca na Ordem de Cristo. Assentou Praça no Terço do conde de São João, a 11.07.1658. Em 1662, ocupava o posto de Tenente de Couraças. Capitão de Cavalos Ligeiros, de que passou para Capitão de Couraças da guarda do General seu pai. Em 1664, era mestre de Campo do Terço da Guarnição da Praça de Setúbal. Acompanhou seu pai na Embaixada de Roma, e com ele militou no Minho. Mestre de Campo do Terço de Setúbal. Governador da Capitania de Pernambuco, em 1681. Mestre de Campo General da Artilharia da Província de Entre Douro e Minho. Vedor da Casa Real e Membro do Concelho de Sua Majestade. Com geração; XLIV - o décimo oitavo neto, D. Luiz de Souza Henriques, que passou para Pernambuco, onde serviu, e onde casou, conforme vai dito adiante, ao falarmos do Brasil, em particular; XLV - o décimo oitavo neto, D. Sancho de Faro [- 1719, Bahia], 2.º conde de Vimieiro por mercê do Rei D. João V, de 1709. Senhor da Casa de seu pai. Capitão General da Bahia. «D. Sancho de Faro e Sousa, de origem real, e descendente, por varonia, da augusta Casa de Bragança, vedor da Casa da rainha D. Mariana de Áustria, e 2.º conde de Vimeiro, por mercê de el-rei D. João V, tendo ocupado os governos da praça de Mazagão, e o das Armas do Minho, tomou posse da capitania da Bahia em 21 de agôsto de 1718, e largou o governo a 13 de outubro do ano seguinte, no qual faleceu. Jaz na capela-mor da igreja de N. Sra. da Piedade do convento dos religiosos capuchinhos italianos» (Monsenhor Pizarro, Memórias Históricas do Rio de Janeiro, VIII, 34). Com geração; XLVI - o décimo oitavo neto, Artur de Sá e Menezes, Governador do Rio de Janeiro [1697] e do Maranhão, e o que descobriu as Minas de Ouro do Brasil [Minas Gerais]. «A 12 de janeiro [1697], foi expedida a patente de governador do Rio de Janeiro, em substituição de Sebastião de Castro Caldas, a Artur de Sá e Menezes, com a graduação de capitão-general, sendo o primeiro governador que a teve. A Artur de Menezes, que tomou posse do cargo a 2 de abril, incumbira a Coroa muito especialmente que incentivasse a exploração das minas do Sul de que notícias seguras com amostras de ouro, haviam sido enviadas a Lisboa pelo seu antecessor» (Vivaldo Coaracy, O Rio no século XVII, 236). Herdou a Comenda e Casa de seu pai; XLVII - o décimo nono neto, D. Francisco de Souza, 5.º conde de Prado, que serviu na Província do Minho, e faleceu em 1687, retornando da Bahia [Brasil], para Portugal, em companhia de seu pai; XLVIII - a décima nona neta, D. Helena de Souza Portugal [1694, Portugal -], Dama da Princesa do Brasil; XLIX - o décimo nono neto, D. Francisco de Souza, que serviu no Brasil contra os Holandeses e depois na Guerra da Aclamação, contra Castela. Governador de Alconchel, e depois serviu na Marinha, e foi Capitão do Galeão Leão Coroado da Armada, que no ano de 1650 saiu contra a Armada do Parlamento [Inglaterra] e faleceu no mesmo ano de 1650, vítima de um tiro em um combate com os ingleses. «Teve mecê do hábito da Ordem de Cristo em 6 de setembro de 1644, pelos serviços prestados no Brasil durante a guerra holandesa e no Reino onde se achou com o conde de Castello Melhor e outros. Frei Domingos de Loreto Couto faz grande apologia deste agraciado» (Carvalho Franco, Nobiliário Colonial, 145); L - o décimo nono neto, D. João de Souza, que serviu na Guerra da Aclamação, contra Castela e foi Mestre de Campo em Pernambuco do Terço, que foi de André Vidal de Negreiros. «Fidalgo da Casa Real, ..., teve mercê de lançamento do hábito da Ordem de Cristo em 4 de março de 1652 e da comenda de Santo Euricio de Sanfins, da mesma Ordem, vaga pelo falecimento de João Lopes Barbalho, em 18 de outubro de 1654, pelos serviços prestados na guerra holandesa com grande brilho e denodo» (Carvalho Franco, Nobiliário Colonial, 145); LI - o décimo nono neto, D. Pedro de Souza, que serviu no Brasil contra os Holandeses. «Teve mercê de lançamento do hábito da Ordem de São Bento de Aviz em 30 de agosto de 1653, pelos serviços prestados nas guerras de Pernambuco» (Carvalho Franco, Nobiliário Colonial, 146); LII - o décimo nono neto, D. Luiz de Souza, herdeiro da casa de seus pais, que serviu na Guerra da Aclamação. Deixou geração da sua união com Inez Barreto, filha de Felipe Paes Barreto e de Brites de Albuquerque, membros das mais antigas famílias de Pernambuco: os Paes Barreto (v.s.) e os Albuquerque )v.s.); LIII - o décimo nono neto, D. João Mascarenhas [- 25.06.1729, Lisboa], irmão do primeiro conde de Coculim. Pensionista no Colégio Real de São Paulo de Coimbra, em que entrou a 22.12.1697, e seguiu as letras e foi Desembargador do Porto, e da Relação de Lisboa, Deputado da Mesa da Consciência, com posse a 12.07.1715 e Tesoureiro-mor da Sé do Algarve. Largando esta vida, passou ao Brasil, onde casou, em 1717, na Bahia, com Joana Guedes de Brito, filha herdeira do Coronel Antônio da Silva Pimentel; LIV - o vigésimo neto, D. Francisco de Souza, herdeiro da Casa de seu pai e de sua Comenda de Santo Euricio na Ordem de Cristo. Mestre de Campo em Pernambuco, onde casou na família Cavalcanti de Albuquerque. Com geração; LV - o vigésimo neto, Manoel de Saldanha [da Gama] (1715 -], que passou a Bahia, onde casou com Joana Guedes de Brito, filha herdeira do Coronel Antônio da Silva Pimentel, do Engenho de Azupe. Sua família, os Saldanha da Gama (v.s.), tiveram importante atuação na Bahia (Jaboatão n.º 431); LVI - o vigésimo neto, D. Rodrigo Domingos Antônio de Souza Coutinho, 1.º conde de Linhares; LVII - o vigésimo neto, D. Francisco Maurício de Souza Coutinho, Governador do Estado do Grão-Pará; LVIII - o vigésimo primeiro neto, Constantino de Souza, que embarcou para o Brasil. Sem mais notícias; LIX - o décimo nono neto, D. Francisco de Souza, que deixou geração do seu casamento com Ursula de Lacerda, filha de Felipe Cavalcanti de Albuquerque, membro da ilustre família Cavalcanti (v.s.), de Pernambuco. Outras origens: cabe registrar que a origem toponímica deste sobrenome, deixa claro o não parentesco entre todos os Souzas existentes. Há famílias com origens diversas, que adotaram este sobrenome, tomado emprestado do lugar de origem. No Brasil, por exemplo, a família Souza Prates (v.s.), do Rio Grande do Sul, traz em seu antepassado, uma adoção do topônimo Souza, por ser originário da Freguesia de São João de Souza, lugar de Jacindo??, comarca de Penafiel, bispado do Porto. Brasil: Em Pernambuco, entre as mais antigas, destaca-se a nobre família de D. Luiz de Souza [- a.1635], citado acima, item XLIV. Filho do conde do Prado, D. Francisco de Souza - «que estudou em Coimbra, e largando esta vida, seguiu a carreira militar, e acompanhou a seu pai, quando este passou por Capitão General das Capitanias do Sul [Brasil], e por sua morte lhe sucedeu no governo, em virtude da faculdade Real, que a pai fora concedida de poder nomear o dito governo, o que o fez neste seu filho D. Luiz de Souza, em que entrou a 11.06.1611, sendo Governador e Capitão General D. Diogo de Menezes, até que lhe sucedeu Gaspar de Souza, com a faculdade de reunir outra vez aquelas Capitanias ao governo da Bahia, de que tinhão sido separadas, em virtude do que D. Luiz de Souza entregou o governo a Martim de Sá seu Procurador, como consta de uma certidão, que existiu na Câmara do Rio de Janeiro, passada a 24.04.1613» (História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo XII, Parte II, 237). Não voltou a Portugal, passando para Pernambuco, onde serviu, e onde casou com Catarina Paes Barreto, filha de João Paes Barreto, o rico, Senhor de 10 Engenhos em Pernambuco, patriarca da família Paes Barreto (v.s.), de Pernambuco. Seus filhos, foram portadores de várias mercês, em recompensa às suas atuações nas lutas contra os holandeses. Teve um meio-irmão, D. Antônio de Souza, havido do primeiro cas. de seu pai, que também atuou no Brasil. Este, deixou geração do seu cas. com Maria de Menezes, e foram pais de D. Francisco de Souza, 3.º conde do Prado; avós de D. Antônio Luiz de Souza [1644-1721], 4.º conde do Prado, 2.º marquês das Minas, e Governador e Cap. Gen. do Brasil; e bisavós de D. Francisco de Souza, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Comendador da Ordem de Cristo. Mestre de Campo de Pernambuco. Governador de Pernambuco [1721] (BF, I, 73; e Gayo, Souza, 237). No Rio Grande do Sul, originária das ilhas portuguesas, registra-se a importante família de Jerônimo de Souza [c.1722, Vila Nova do Topo, Ilha de São Jorge -], filho de Manuel da Cunha Vieira e de Maria Álvares. Deixou numerosa descendência de seu cas., c.1747, com Isabel Maria [c.1725, Vila Nova do Topo, Ilha de S. Jorge - ?], filha de Antônio Alvares. Foram bisavós do financeiro e industrial Irineu Evangelista de Souza [1813-1889], agraciado com o título [Dec. 30.04.1854] de Visconde de Mauá - conforme vai descrito no verbete Evangelista de Souza (v.s.), do Rio Grande do Sul; e terceiro avós de Maria Carolina de Souza [28.10.1854 -], que, por seu cas. na família Cardoso Sales (v.s.), do Rio Grande do Sul, tornou-se a baronesa de Ibiramirim. No Rio Grande do Nortee Paraíba, cabe mencionar a importante família do Ten. Francisco José de Mello Souza, Tenente de Artilharia, Ajudante das Baterias da Bahia da Traição, na Prov. da Paraíba.
Deixou importante descendência, composta de magistrados e intelectuais, do seu cas., c.1823, com Ana de Medeiros. Entre os seus descendentes: os filhos, Dr. Tarquínio Braulio de Souza Amaranto [1829, RN - 1894, RJ], lente da Faculdade de Direito do Recife, Deputado Provincial e Geral e patriarca da família Amaranto; Braz Florentino Henriques de Souza [1825, PB - 1870, MA], jornalista, lente da Faculdade de Direito do Recife, catedrático em Direito Público e Constitucional [1858] e Pres. da Prov. do Maranhão [1869]; e José Soriano de Souza [1833, PB - 1895, PE], médico [RJ-1860] e filósofo [Louvain]. Prof. da cadeira de Filosofia do Ginásio Pernambuco, lente de Direito Constitucional [1891]. Deputado Geral [PB-1886]; os netos do Dr. José Soriano de Souza Filho [1863-1938], bacharel de Direito [PE-1884] e Ministro do Tribunal de Justiça de São Paulo [1914]; e Tarquínio Braulio de Souza Amaranto Filho [1859-1908], bacharel em Direito, lente catedrático de Direito Constitucional da Escola Naval e Membro Diretor da Sociedade Central de Imigração; e o bisneto, Dr. Octávio Tarquínio de Souza Amaranto [1889-1959], escritor, historiador, bacharel em Direito e Procurador do Tribunal de Contas da União.
Há uma antiga família com este sobrenome, no Ceará, para onde passou, por volta de 1781, espalhando-se, depois, por São Paulo, Piauí, Rio de Janeiro, Minas Geraise Brasília. Entre os membros desta família, registra-se Henrique Luiz de Souza [c.1897 - c.1984], que deixou geração do seu cas. com Luiza Ribeiro [c.1897 - 1991]. Entre os descendentes deste casal, registram-se: I - o filho, Deusdedit Souza, que deixou geração do seu cas. com Elita Raulina de Almeida, filha de Manuel José de Almeida [c.1900 - c.1968] e Francisca Eulina «de Almeida» [c.1891 - c.1975]; II - o neto, o deputado federal João Henrique de Almeida Souza [04.02.1950, Teresina, PI -], advogado, diplomado pela Universidade Católica de Pernambuco [1973]. Professor da Prefeitura Municipal de São Lourenço, PE [1972-1974]. Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, PI [1983-1984]. Diretor do Diário Oficial do Estado do Piauí [1987-1988]. Secretário de Governo do Estado do Piauí [1987-1988]. Secretário de Cultura do Estado do Piauí [1988]. Secretário de Educação do Estado do Piauí [1988-1990]. Deputado Federal (Congresso Revisor) pelo Piauí [1991-1995]. Vice-Líder do PMFB [1992-1994]. Deputado Federal pelo Piauí [1995-1999 e 1999 a 2003]. Primeiro Vice-Presidente do Diretório Estadual do PMDB, do Estado do Piauí [1995-1997]. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. Na Colônia do Sacramento, registra-se a de André de Souza, «índio», cas. em 1690, Colônia do Sacramento, com Clemência (Rheingantz, Col., 5). Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, cabe mencionar a de Teresa de Souza, «parda», escrava de Tomé de Souza Antunes, que foi cas., 1697, RJ, com Manuel de Paiva, «pardo» (Rheingantz, III, 57). Em Minas Gerais, entre outras, registra-se a de Margarida de Jesus [1842-1922], natural da «África», que serviu por longos anos ao padre Joaquim Ferreira Teles, na paróquia de S. Sebastião do Paraíso (MG). Por determinação testamentária do referido Padre, foi declarada liberta. Deixou numerosa descendência que se assinava: Marinho, Nogueira e Souza (LF - São Sebastião do Paraíso, 134). No Rio Grande do Sul, entre outras, registra-se a família de João Simão de Souza, «preto forro», casado a 22.07.1800, no Rio Grande, RS, com Maria da Cunha, «preta forra». Sobrenome de antiga família estabelecida na Bahia, com ramificações em São Paulo, procedente de João Pedro de Souza, natural de Bahia, falecido em São Paulo, SP, na avançada idade de 120 anos. Deixou grande descendência do seu cas. com Júlia Feliciana da Conceição, natural da Bahia, e falecida em São Paulo, na avançada idade de 100 anos. Falecidos antes de 1942. Entre os descendentes do casal, registra-se a filha, Adelaide de Souza [15.12.1919, Itabuna, BA - 14.07.1999, São Paulo, SP], que deixou geração do seu cas., a 11.07.1942, em Palmital, SP, com Joaquim Marques da Silva [01.11.1918, Caldeirão Grande, BA -], conforme vai descrito no título da família Marques da Silva. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 05.08.1683, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Maria de Souza, natural de Leiria e moradora em Lisboa, «por culpa de feitiçaria». Esposa de Miguel Rebelo Ferreira, mestre do estanco «do Solimão». Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Em Pernambuco, registra-se a família de Fernão de Souza, por parte de sua esposa, Andeza Jorge, filha de Diogo Fernandes, patriarca da família Fernandes (v.s.), de cristãos novos, em Pernambuco (Wolff, Dic., I, 68, 192). Nobreza Titular: I - Família estabelecida em Campos, região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro, para onde passou o ajudante Antônio Manuel de Souza, filho de Manuel de Souza Lobo e de Rosa Francisca de Oliveira, naturais da vila de Santo Tirso, Portugal. Deixou geração do seu cas., por volta de 1818, com Teresa Mauricéa Diniz, filha do desembargador Manuel Carlos da Silva Gusmão, patriarca desta família Gusmão (v.s.), da região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Foram pais de João Manuel de Souza [c.1821, Campos, RJ - 29.02.1900], Moço Fidalgo da Casa Imperial. Comendador das Ordens da Rosa e Cruzeiro. Tenente-Coronel da Guarda Nacional. Fazendeiro no Município de São Fidélis [RJ], onde exerceu os cargos de eleição. Por Decreto de 28.01.1871, foi agraciado com o título de barão de Vila Flor. Usava Brasão de Armas - detalhes adiante Deixou geração do seu cas., em 1846, com Maria Balbina de Siqueira [- 13.09.1900], baronesa de Vila Flor - ver este título; II - José Eleutério de Souza, foi agraciado, por Decreto de 19.07.1889, com o título nobiliárquico de barão de São Romão. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, com uma quaderna de crescentes de prata; II - de Arronches: um escudo esquartelado: nos primeiro e quarto quartéis, as armas de Portugal antigo; nos segundo e terceiro quartéis, em campo vermelho com uma quaderna de crescentes de prata. Timbre: um castelo de ouro; III - de Córdova: um escudo franchado de vermelho e prata, no vermelho cortado de ouro, na prata cinco escudetes de azul em cruz, cada um carregado de 5 besantes do campo; IV - Souzas do Prado: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, em campo de prata, cinco escudetes de azul, em cruz, carregados, cada um, de cinco besantes do campo - representam as armas de Portugal antigo; no segundo e no terceiro quartel, em campo de ouro, um leão vermelho rompente. Timbre: um Leão do escudo, coroado de uma grinalda de prata, florida de verde (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 135). Século XVI: V - Francisco de Souza, morador no Porto. Brasão de Armas, datado de 25.07.1566. Registrado na Chancelaria de D. Sebastião, Livro VI, fl. 35v: um escudo esquartelado: no primeiro e quarto quartéis, as armas do reino, com um filete preto em contrabanda; e no segundo e terceiro quartéis, em campo vermelho, uma cadeia de crescentes de prata apontados. Elmo: de prata aberto, guarnecido de ouro. Paquife de ouro, azul, prata e vermelho. Timbre: um dos castelos do escudo. Diferença: uma merleta de prata. Filho de Heitor de Souza, e neto de Fernão de Souza (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 218). Brasil
Heráldico: VI - Francisco Antônio de Souza Macedo e Queiroz, cavaleiro professo na ordem militar de Santiago de Espada. Serviu no Brasil, onde foi Coronel do Regimento de Milícias da Cidade de São Paulo. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, datada de 09.08.1820. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VIII, fl. 64: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, as armas da família Souza (v.s.); no segundo quartel, as armas da família Macedo (v.s.); e no terceiro quartel, as armas da família Queiroz (v.s.). Filho de José Luiz de Souza e de Ana Maria de Macedo (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 182); VII - João Manuel de Souza, barão de Vila Flor, citado acima, ramo de Campos, RJ: um escudo esquartelado: no 1.º e 4.º quartéis, em campo de prata, dias canas de açúcar, postas em aspa, tendo em chefe, uma flor de cana de açúcar e, em ponta, uma abelha de sua cor; no 2.º e 3.º quartéis, em campo de azul, uma asna de ouro; VIII - de passagem pelo Brasil, registra-se o Doutor, José Antonio de Souza, Oficial da Ordem da Rosa, no Império do Brasil. Brasão de Armas, datado de 20.08.1857. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro IX, fl. 18: um escudo partido em pala; na primeira pala, as armas da família Souza; e na segunda pala, as armas da família Brandão (v.s.) Filho do capitão-mor Antonio José de Souza, e neto de outro Antônio José de Souza. Capitão. Cavaleiro Professo na Ordem de São Tiago de Espada., Escudeiro e Cavaleiro fidalgo da casa Real, a quem também se passou brasão de armas dos Souza, a 27.03.1806 (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 356).