DE BRUGES A SANTO AMARO
(Via Açores)
460 anos da genealogia de
Hercília de Souza Pinto Valladares
Por Mário Augusto Valladares Souza
Dezembro de 2018
Revisado por Marco Aurélio Valladares Souza
Introdução
Quando eu nasci (29.07.1965), a minha mãe ganhou o livro “O Diário do Bebê”. Nele tinha um espaço para a árvore genealógica do bebê. Ela preencheu até a 4a geração (bisavôs e bisavós), mas sem os sobrenomes.
Aquilo sempre despertou uma grande curiosidade em mim. Quem eram aqueles antepassados? Como viviam? Principalmente os bisavôs,bisavós e a minha avó materna Hercília, pois não os conheci.
Na adolescência pensava que quando eu crescesse, iria contratar um pesquisador para buscar nos cartórios e igrejas das cidades que meus pais nasceram (Palmeiras/BA, meu pai e Santo Amaro/BA, minha mãe) os registros dos meus antepassados.
Cresci e o desejo continuava. Nunca contratei os pesquisadores, mas a internet me proporcionou acesso a alguns dos livros e registros que eu buscava e consegui alguns registros importantes dos meus antepassados.
Em 29.05.2018 encontrei o primeiro registro, que foi justamente o do batismo da minha avó Hercília. E foi justamente neste ramo da família que mais encontrei registros e mais evoluí. Até que em 27.12.2018 consegui uma grande evolução, descobrindo como antepassado Willem Vander Haeghen (15a geração), nascido em Bruges, Flandres, Bélgica por volta de 1430, um dos primeiros povoadores das Ilhas dos Açores, Portugal. Decide então escrever este meu primeiro trabalho de genealogia, para que fique registrado e para que os parentes ou outros interessados pudessem ter conhecimento.
Esclarecimentos
É importante ressaltar que os registros religiosos de batismo, casamento e obtidos se iniciaram em Bruges entre 1558 e 1676. As datas mencionadas no século XV são, portanto, estimativas e estarão sempre com um por volta de antes das datas. As datas que possuírem registros, serão seguidas por fotos destes.
Encontrei informações de antepassados mais antigos, mas, devido à falta de comprovação, irei somente até a 15a geração, com Willem Vander Haeghen. Alguns nomes foram mantidos na grafia da época.
Partindo de Bruges
Willem Vander Haeghen (em português Guilherme da Silveira), cujo o verdadeiro nome era Willem de Kersemackere (em português Guilherme Casmaca), nasceu por volta de 1430 e faleceu por volta de 1507 ou 1509 em Topo, Ilha de São Jorge, Açores, Portugal.
A Ilha dos Açores já era habitada em 1443. Willem Vander Haeghen migrou para lá em 1470 e fundou o Topo. Muitos dos atuais moradores dos Açores são descendentes dos migrantes flamengos.
Willem Vander Haeghen era um cavaleiro dos Países Baixos. Seu nome de família é um nome de local: "van aan d'Haege", a cerca, um lugar onde uma sebe cresce.
Existe muita confusão sobre os dados históricos de Willem Vander Haeghen.
É colocado como nobre, fabricante de queijos ou fabricante de velas. Willem Vander Haeghen não era um produtor de queijo, mas ele tinha profissionais que faziam queijo entre seus companheiros. Seu apelido era "de Kersemaeker", fabricante de velas. É possível que ele tenha estudado em um mosteiro, o que poderia explicar imediatamente que ele era uma pessoa muito religiosa.
Vou seguir a linha de que era um comerciante que migrou para os Açores e lá prosperou.
Seu nome era Willem De Kersemakere em Bruges, mas como explicar o nome VanderHaeghen / da Silveira nos Açores?
A única explicação possível é que, como ele já tinha sete filhos, ele deve ter sido casado primeiro em Bruges com uma senhora chamada Vander Haeghen, primeiro nome desconhecido, nascida em torno de 1432, data do casamento desconhecido, data da morte antes de 1469 (seu último filho, uma garota chamada Maria, nasceu por volta de 1468).
O segundo casamento de Willem com Margarida Sabuia/Sabuya em Bruges ou nos Açores ocorreu entre 1469 e 1473. A data do seu nascimento é desconhecida.
Willem morreu por volta de 1507 ou 1509. Sua segunda esposa se referiu ao marido como Guilherme Casmaca em testamento de 14 de setembro de 1510. Como o objetivo aqui é a genealogia, não vou aprofundar nos perfis das pessoas, concentrando as informações em datas (nascimento, batismo, casamento e óbito) e cônjuges e filhos de cada descendente direto.
Genealogia - de Willem Vander Haeghen a Hercília de Souza Pinto Valladares
Willem Vander Haeghen (Guilherme da Silveira) casou-se com Margarida de Zabuya ou Margarida de Saboia
João da Silveira, O Velho, filho de Guilherme da Silveira. Se casou com a jovem D. Guiomar Borges Abarca, filha de João Borges, O Velho, da família Borges, e de D. Isabel Abarca.
D. Guiomar morreu em Angra em 15.04.1571 e foi sepultada na catedral.
João Borges veio da região de Lisboa. Ele se estabeleceu na Ilha Terceira em 1474 e morreu na antiga igreja de S. Salvador, que mais tarde se tornou catedral.
Ele era cavaleiro da casa real e cavaleiro na Ordem de Cristo, juiz dela Governo municipal de Angra em 1492 e 1531. Ele e seu cunhado João Vaz fundaram a Misericórdia de Angra. Este é o ramo 'da Silveira' da ilha Terceira.
Seis filhos de João da Silveira com D. Guiomar Borges Abarca:
1. Guilherme da Silveira Borges.
2. Bernardo da Silveira Borges.
3. João Bernardo da Silveira Borges.
4. D. Ana da Silveira Abarca.
5. D. Isabel da Silveira Borges.
6. D. Bárbara da Silveira Borges, nascida por volta de 1543, filha de João da Silveira, o Velho e D. Guiomar Borges Abarca, casado no Topo com Baltazar Dias.
Quatro filhos de D. Bárbara e Baltazar:
1. João
2. Gaspar.
3. Pedro.
4. D. Guiomar da Silveira Borges, nascido por volta de 1563 e casado antes de 1583 no Topo com Manuel Gonçalves Borges, nascido por volta de 1553.
Ambos moravam no Topo.
Quatro filhos de D. Guiomar e Manuel:
1. Inês Borges da Silveira.
2. Pedro da Silveira Borges.
3. Báltazar da Silveira Borges
4. Lázaro Silveira Borges, nascido no Topo por volta de 1583. Primeiro casamento em Topo com D. Maria Marques, nascida por volta de 1593 no Topo, morreu no Topo em 09.11.1652, filha de António Vaz Salgado, nascido por volta de 1556, falecido no Topo em 23.11.1635 e de D. Maria Marques, nascida por volta de 1566 no Topo e aí falecida em 01.05.1642. Segundo casamento sem filhos de Lázaro em 11.01.1655 no Topo com D. Maria dos Santos, filha de Lourenço da Ponte e D. Maria Pereira Ferreira. D. Maria morreu em 06.09.1685
Onze filhos do primeiro casamento de Lázaro com D. Maria Marques:
1. João da Silveira Borges.
2. D. Guiomar Borges Marques.
3. António da Silveira Gonçalves.
4. Francisco Gonçalves.
5. D. Catarina Silveira.
6. Pedro Jorge da Silveira.
7. Bartolomeu
8. Luzia Silveira.
9. Bárbara da Silveira Borges.
10. Matias Marques.
11. Manuel da Silveira Borges (também: Manuel Gonçalves), nascido em Topo por volta de 1613 e morreu lá em 31.03.1695. Primeiro casamento no Topo em 16.02.1643 com D. Bárbara Ferreira, falecida antes de novembro 1679. Ela era filha de Baltazar Gonçalves Teixeira, falecido em 05.01.1643, e de D. Marta Ferreira, falecida no Topo em 20.01.1643.
Bibliografia
Site https://www.familysearch.org
Site http://www.culturacores.azores.gov.pt
Blog http://estoriasdeantigamente.blogspot.com/ de Luana, penta neta de José de Souza Pinto
Livros Vlamingen op de Azoren sinds de 15 eeuw Vol I e Vol III - André L. Fr. Claeys – Brugge 11.10.2011
Fotos de arquivos pessoais de Mário Augusto Valladares Souza e Marco Aurélio Valladares Souza
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