Esse blog é sobre a história da minha família, o meu objetivo é desvendar as origens dela através de um levantamento sistemático dos meus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares. Até agora sei que pertenço as seguintes famílias (nomes que por vezes são escritos de forma diferente): Ramos, Oliveira, Gordiano, Cedraz, Cunha, Carvalho, Araújo, Nunes, Almeida, Gonçalves, Senna, Sena, Sousa, Pinto, Silva, Carneiro, Ferreira, Santos, Lima, Correia, Mascarenhas, Pereira, Rodrigues, Calixto, Maya, Motta…


Alguns sobrenomes religiosos que foram usados por algumas das mulheres da minha família: Jesus, Espirito-Santo...


Caso alguém tenha alguma informação, fotos, documentos antigos relacionado a família é só entrar em contato comigo.


Além desse blog também montei uma árvore genealógica, mas essa só pode ser vista por pessoas que façam parte dela. Se você faz, e gostaria de ter acesso a ela, entre em contato comigo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A história da escrava Martinha em literatura de cordel

 

Alguns versos que falam do amor do fazendeiro Manoel Cedraz pela escrava retirados do livro Martinha Escrava, Esposa, Rainha de Matos Barreto, Orlando.(2004) Paginas:19, 21, 22, 23 e 29.


Por quatrocentos mil réis
Comprava-se uma escravinha
Na faixa dos vinte anos
Da idade de Martinha, (18)
Ofereceu os quinhentos,
Chegou até os seiscentos,
Mas nem resposta ele tinha.

Uma escrava tão bonita
Tinha por certo, seu valor,
Mas pagar tão caro assim,
Era um preço de horror.
Capricho não foi, com certeza,
Mas lhe digo com firmeza
Que foi a força do amor.

Só quem amou é que sabe
O valor de um sentimento,
Quem não amou já não pode
Fazer qualquer julgamento.
Amar traz complicação
E faz qualquer coração
Ser feliz em sofrimento

Manoel fez de Martinha
A sua esposa adorada,
Constituiu sua família
Que é a base mais sagrada
Adotou o filho dela, (22)
Fez o que pode pra ela
Sentir-se realizada.

Era um tempo muito duro
De preconceitos de cor,
Misturar-se a uma escrava
Nem pra lhe fazer favor,
Conviver com ela, então,
Era de tudo abrir mão
Em Nome de um grande amor.

Martinha pediu ao marido
Uma terra pra plantar
E uma semente de gado
Que ela pudesse cuidar,
Deu gado e terra da boa,
Nunca negou à patroa
Por que agora ia negar?

O que Manoel passou
Pra começar sua vida
Ao lado de uma escrava
Por companheira querida,
Suportou porque a amava
E a ela dedicava
Compreensão e guarida.

Martinha foi boa esposa.
Companheira de verdade,
Desempenhou seu papel
Com maior simplicidade.
Foi escrava e foi patroa,
Mas sempre foi gente boa,
Lutou pela igualdade.
(Orlando Matos Barreto, verso XLVIII pag.22)

Se Conceição do Coité
Agradece a tua luz,
Ainda que pra tanto
Carregaste a tua Cruz,
Tem honrado o teu passado
E o teu nome sagrado:
MARTINHA MARIA DE JESUS.

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