Sobrenome de origem toponímica, tomado à alguma propriedade onde se cultivam oliveiras. De oliveira, subst. comum (Antenor Nascentes, II, 223). Vem esta família de Pedro de Oliveira, que foi o primeiro com este sobrenome, cujo filho Martim Pires de Oliveira, arcebispo de Braga, instituiu em 1306 o morgado de Oliveira, em seu irmão Mem Pires de Oliveira. Foi seu solar na freguesia de Santiago de Oliveira, donde esta família tomou o sobrenome, no concelho de Lanhoso. No tempo de D. Diniz I, rei de Portugal em 1281, já era «família antiga, ilustre e honrosa», como consta dos livros de inquirições desse rei (Anuário Genealógico Latino, I, 72). Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Bento de Oliveira [- 1657, RJ], que deixou descendência do seu cas. no Rio, em 1617, com Ana de Sampaio, n. no Rio, onde fal. em 1654 (Rheingantz, III, 35). Rheingantz registra mais 47 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendêcias no Rio de Janeiro. Antiga e importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, com ramificações na Vila de Santos, SP, à Angra dos Reis, RJ, que teve princípio no Cap.-Mor de São Vicente (1538) Antônio de Oliveira, de Portugal, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, primeiro lugar tenente do Donatário Martim Afonso de Sousa [1538-1542 e 1549-1552]. Deixou vasta descendência, do seu cas., em Portugal, com Genebra Leitão de Vasconcellos, n. em Portugal. Deste casal descendem os Oliveira Gago. Entre seus descendentes, registra-se Matias de Oliveira Lobo, de quem descendem os Oliveira Lobo (v.s.), de São Paulo. Ainda em São Paulo, de origem portuguesa, a importante família de Rafael de Oliveira, «o Velho» [1572, Portugal - 1648, SP], filho de Maria Gonçalves. Deixou numerosa descendência de seus dois casamentos: 1.º, com Paula Fernandes, com a qual teve seis filhos, abastados fazendeiros no sertão de Jundiaí; e 2.º, com Catarina de Figueiredo d'Horta [- 1621, SP], matriarca de um dos ramos da família Horta (v.s.), de São Paulo, que por este casamento, descendem os Oliveiras e os Oliveira Horta (v.s.), de São Paulo. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, a de Domingos Fernandes de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1734, na Colônia do Sacramento, com Quitéria Maria de Santo Inácio. Ainda, no Rio Grande do Sul, a importante família Souza de Oliveira, à qual pertence Francisco de Souza de Oliveira [c.1730, Colônia do Sacramento -04.10.1792, em sua estância em Gravataí, RS]. Era irmã de Eufrásia Maria de oliveira, que por seu casamento foi a matriarca da família Gomes de Carvalho (v.s.), do Rio de Janeiro. Francisco de Souza de Oliveira deixou numerosa descendência do seu cas., a 27.01.1766, em Viamão, RS, com Rosa Maria Seria [c.1751, Rio Grande, RS -], filha do Capitão de dragões Antônio Pinto da Costa e de Teodósia Maria de Jesus. Foram antepassados, entre outros: I - do neto, o conselheiro Cândido Batista de Oliveira [08.02.1801, Porto Alegre, RS -], Professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Diretor da Revista Brasileira, em sua 1ª fase, de 1857 a 1861. Ministro de Estado). Deixou geração do seu cas. com Ana Chagas; II - a neta, Antônia Cândida de Oliveira [c.1813, Porto Alegre, RS -[, cas. com o alferes Marco Antônio de Azeredo Coutinho Ramos de Montaury, da importante família Montaury (v.s.); III - o bisneto, Luiz Plínio de Oliveira [06.07.1834 - 24.05.1909], que por seu casamento, tornou-se patriarca da família Torres de Oliveira (vs.), do Rio de Janeiro. Em Goiás, entre outras, registra-se a do alf. Luiz Antônio de Oliveira, nat. do Porto, que deixou geração, em Pirinópolis, do seu cas., por volta de 1775, com Maria Teodora do Nascimento, meiapontense (JJ., Pirinópolis, II, 259). Na Paraíba, entre as mais antigas, a de João Gonçalves, que deixou descendência do seu cas. com Beatriz de Oliveira, nat. da Paraíba, do princípio do séc. XVII. Em Pernambuco, entre as mais antigas, a de Julião de Oliveira, nat. de Lanhoso, Guimarães (Portugal), que teve mercê do Hábito da Ordem de Aviz [1649], pelos serviços prestados em Pernambuco. Deixou geração do seu cas., em Porto Calvo (PE), com Maria de Abreu, filha de Francisco Camelo de Andrade. Em Minas Gerais, entre muitas, a do Guarda-Mor João Batista de Oliveira [Freg. de Santa Luiza, Portugal -], filho de Romão Dias, nat. de Portugal, e de Catarina Batista de Jesus, nat. da Vila de Santa Cruz, na Ilha da Madeira. Deixou numerosa descendência, por onde correm os sobrenomes Oliveira e Oliveira Fontoura, em Minas Gerais, do seu cas., c.1745, com Ana Rosa da Fontoura, nat. da Freg.ª de N.S. do Rosário do Recife, Pernambuco. Filha de Manuel Pinheiro e de Inês Rodrigues de Oliveira Fontoura, patriarcas da família Pinheiro da Fontoura (v.s.), de Minas Gerais. Foram pais, entre outros, de Belchior Pinheiro de Oliveira [06.01.1748, Vila do Príncipe [(Serro), bisp. de Mariana, MG -], que serviu de Escrivão da Comarca dos Diamantes do Serro do Frio. Na Bahia, entre muitas, ver a família Oliveira Junqueira. Linha Indígena: No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Mateus de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1662, com Catarina, «índia da terra» (Rheingantz, III, 40). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. Na Colônia do Sacramento a de José de Oliveira, «pardo forro» [filho de Gonçalo de Oliveira e de Luzia, sua escrava], que deixou geração, em 1754, com Eugenia Maria «parda forra» [filha de João Francisco e de Antônia de Souza, «preta forra»] (Rheingantz,Col., 3). Em Minas Gerais, por exemplo, Alexandre Patrício de Oliveira, «pardo forro», nat. de S.J. d’El-Rei, filho de Domingos Rodrigues de Oliveira e de Serafina Cordeiro, deixou 5 filhos, nascidos em Campanha (MG), de seu cas. com Inácia Pereira «parda forra», filha de Francisco Pereira de Mendonça e de Vicência Maria de Andrade (Monsenhor Lefort - Campanha). Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo, Antônio Tomaz de Oliveira, nat. de Guaratinguetá, «filho natural» de Maria Antônia de Jesus, foi cas. em 1813, Itajubá (MG), com Maria Antônia da Silva, nat. de Guaratinguetá (Monsenhor Lefort - Itajubá). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 146). Registra-se, por exemplo, Rachel de Eliau Jesurun d'Oliveira [c.1727-], que foi casada, em 1749, com Davi de Aron de Samuel Sarphati Pina, bisneto de Aharon Sarfatti, patriarca desta família Sarfatti (v.s.), de Pernambuco (Wolff, VI, 17). Linha de Degredo e Cristão Novo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Igreja do Convento de São Domingos de Lisboa, a 09.01.1633, a condenação de quatro (4) anos de degredo para o Brasil, de Catarina de Oliveira, cristã nova, natural de São Martinho, Couto de Alcobaça, moradora em Lisboa, por se casar segunda vez (bigamia) sendo vivo o seu primeiro marido. Nobreza Titular: Em Mato Grosso, registra-se a família do Brigadeiro honorário João Batista de Oliveira [?, Cuiabá, MT - 14.05.1879, ídem], filho do Major do Exército Antônio Bernardo de Oliveira, português, e de Ana d'Alincourt, portuguesa. Neto paterno de Hermenegildo Alves de Oliveira. Neto materno de Luiz d'Alincourt, membro da importante família francesa Alincourt (v.s.). Foi agraciado com o título [Dec. 20.05.1863] de barão de Aguapeí [Serra onde nascem os rios Alegre e Aguapeí, distante 14 léguas a S.E. de Cuiabá, Mato Grosso]. Deixou geração do seu cas. na família Alves da Cunha (v.s.), de Mato Grosso. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, para onde passou Estanilau José de Oliveira [Portugal - 1826, São Carlos, SP], professor jubilado de retórica de São Paulo, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Maria Joaquina de Araújo [- 1842, vila de S. Carlos, SP], filha de José Ribeiro do Prado e de Ana de Araújo (SL, VII, 299). Entre os seus descedentes, cabe registrar: I - o filho, José Estanilau de Oliveira [05.03.1803, SP - 04.09.1884, Rio Claro], alferes do regimento de caçadores [1826], agraciado, sucessivamente, com os títulos de [Dec. 30.05.1867], barão de Araraquara, que foi elevado para [Dec. 19.07.1870] o de Visconde do Rio Claro. Chefe do partido liberal no Rio Claro, em cujo município era proprietário de importante fazendas de cultura de café. Deixou geração do seu cas., com Elisa de Mello Franco, integrante da importante família Mello Franco (v.s.), de Minas Gerais; II - o neto, Estanilau José de Oliveira (2.º) [1829 - 29.05.1902], filho do anterior, importante fazendeiro com cultura de café no Município de Anápolis. Foi agraciado com o título [Dec. 28.02.1885], de barão de Araraquara. Deixou uma prole de 10 filhos, do seu cas. com sua prima legítima, abaixo denominada; III - o neto, Dr. Luiz José de Mello e Oliveira [25.02.1837, Campinas, SP - 08.03.1901, São Paulo, SP], bacharel em Direito, pela Faculdade de São Paulo [1862], que foi agraciado com o título [Dec. 28.03.1885], de barão de Melo e Oliveira. Deixou geração do seu cas. com Ana Flora Vieira Barbosa [25.02.1849, Santos.SP - 17.05.1900, São Paulo, SP], baronesa de Melo e Oliveira, filha de Antônio José Vieira Barbosa, membro da família Vieira Barbosa (v.s.), de São Paulo; IV - o neto, Coronel João Batista de Mello e Oliveira, diretor do Banco União de São Paulo, Senador Estadual e Vice-Presidente do Estado de São Paulo [1905]; V - a neta, Maria Joaquina de Oliveira [- 26.04.1926], que, por seu casamento na família Aguiar e Barros (v.s.), de São Paulo, tornou-se, em 1880, a 2.ª baronesa de Piracicaba; VI - a neta, Amália Carolina de Oliveira [1830, Campinas - 01.10.1910, SP], que por seu casamento, em 1847, na família Borges, de São Paulo, tornou-se, em 1889, a baronesa de Dourados, e a matriarca da família Oliveira Borges (v.s.), do mesmo Estado; VII - a neta, Amélia Cândida de Oliveira da Luz [1840 - 27.12.1908, São Paulo, SP], que, por seu casamento com seu primo, denominado acima, tornou-se, em 1885, baronesa de Araraquara; VIII - a neta, Ana Carolina de Melo e Oliveira [05.11.1841 - 05.10.1945, São Paulo, SP], que por seu cas., a 23.04.1863, com, com um membro da família Arruda Botelho (v.s.), de São Paulo, tornou-se a condessa do Pinhal; e IX - a neta, Eudóxia Henriqueta de Oliveira [bat. 24.06.1836, Campinas, SP - 05.02.1874, ídem], que foi cas., a 23.06.1851, na importante família Cunha Bueno (v.s.), de São Paulo. Eudóxia, faleceu antes que seu marido fosse agraciado com os títulos de barão de Itaquari [1887], barão da Cunha Bueno [1887], e, finalmente, visconde da Cunha Bueno [1889]. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em Pernambuco, para onde passou Manuel Inácio de Oliveira [Braga - 25.06.1875, Lisboa], negociante matriculado na praça do Recife, filho de Antônio José de Oliveira e de Antônia Maria Moreira. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi agraciado com o título [Dec. 22.07.1867] de barão de Ouricurí. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Deixou importante descendência do seu cas. com Mariana Bernarda d'Almada [Ipojuca, PE -]. Foram pais, entre outros (11 filhos): I - o filho, Felisberto Inácio de Oliveira [PE - 22.10.1870], negociante matriculado, que foi agraciado com o título [Dec. 22.06.1867] de barão de Cruangí. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Foi casado com Maria Joana Lopes de Araújo [1850 -], da importante família Lopes de Araújo (v.s.), do Rio Grande do Sul, que tornou-se baronesa de Cruangí, perdendo este tratamento, por haver casado novamente com o barão de Pinto Lima; e II - Francelina de Oliveira, casada, primeiro, na família Timm (v.s.), e segundo, na família Wild (v.s.). O barão de Ouricuri, chefe desta família, parece ter vindo com um irmão, Francisco Antônio de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger - Archivo da Nobreza do Brasil). Família estabelecida no Maranhão, à qual pertence José Antônio de Oliveira, que deixou geração do seu cas., por volta de 1850, com Maria Segeins. Foram pais de José Joaquim Segeins de Oliveira [17.06.1858 - 22.05.1929], abastado agricultor e criador de gado no Maranhão, nas propriedades que herdou de seu progenitor. Foi agraciado com o título de barão de Itapari [12.05.1888]. Deixou geração do seu cas. com Hortência Sales, falecida depois de 1929, baronesa de Itapari, filha de importante família da Ilha da Madeira. Seus descendentes assinam Itapari, como sobrenome da familia. Registram-se, ainda: I - Luiz Antônio de Oliveira, que por Decreto de 29.09.1883, foi agraciado com o título de barão de Trontaí; II - Manuel Claudiano de Oliveira, que foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão de Mogi-Mirim. Foi casado com Balbina de Toledo. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, com uma oliveira verde, arrancada de prata, frutada de ouro. Timbre: a oliveira do escudo; II - Moderno: um escudo em campo vermelho, com uma oliveira de verde, perfilada e frutada de ouro e arrancada de prata. Timbre: a oliveira do escudo; III - De Domingos Joanes: um escudo em campo azul, com aspa de prata, acompanhada de 4 flores-delis de ouro; IV - dos Oliveira-Silva: um escudo partido: o primeiro, em campo de ouro, uma oliveira verde frutada de negro; o segundo, em campo vermelho, um leão de prata, armado de ouro. Timbre: uma flor-de-lis de azul (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 53); Brasil Heráldico: V - Manuel Inácio de Oliveira, barão de Ouricurí, citado acima, ramo de Pernambuco. Brasão de Armas datado de 30.08.1867. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 86: um escudo em campo de prata, partido; ao primeiro quartel, uma oliveira de sinople com frutas de ouro; ao segundo quartel, três faixas de azul, com uma abelha de ouro em cada uma. Coroa de barão. Timbre: uma cruz de goles florida e aberta; VI - Felisberto Inácio de Oliveira, barão de Cruangí, citado acima, ramo de Pernambuco. Carta de Brasão de 30.08.1867. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 87): armas igual a de seu pai, o barão de Ouricuri (Sanches Baena, II, 201, 223); VII - Antonio Joaquim de Oliveira [Lisboa-], que em 1774 era Capitão de Mineiros de Artilharia na Cdade do Porto, quando foi nomeado por D. José I, a Tenente-coronel e Lente da Aula do Regimento de Artilharia do Rio de Janeiro, conforme se nota na Comunicação enviada em Ofício de 18.09.1774, do Ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, Martinho de Melo e Castro, ao Vive Rei Marques do Lavradio. Coube-lhe, como Lente da recém-criada Real Academia, instalar a nova Escola na Casa do Trem de Artilharia, contígua ao Quartel do Regimento de Artilharia, na Ponta do Calabouço. O Tenente-coronel Oliveira permaneceu nestas funções até 1795, quando já Coronel, foi dispensado por motivo de saúde, sendo substituído por José de Oliveira Barbosa. Coronel - antes de 1795. Promovido a Brigadeiro Graduado em 13.05.1808. Filho de Francisco José de Oliveira e de Maria Joaquina de Miranda. Neto paterno de Braz de Oliveira e de Maria Madalena. Neto materno de Antonio de Miranda e de Ana Joaquina. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; VIII - Francisco Antônio de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger - Archivo da Nobreza do Brasil).
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