Falar da História de Conceição do Coité é uma tarefa difícil, não por falta de assunto, mas pela diversidade de temas a serem abordados. Sendo assim, escolhi analisar a origem de uma das festas mais populares do município: a micareta.
Talvez tenha lhe causado estranhamento a presença de duas nomenclaturas para o mesmo evento, mas micareme e micareta correspondem a mesma festa.
Tal festejo surgiu no ano de 1923, mas não consegui registros datados deste período, soube por meio de relatos orais, que durante os quarenta dias que antecediam o evento, nem mesmo os instrumentos musicais podiam ser manuseados, sendo então guardados a “sete chaves”. A micareme começava no sábado de Aleluia, tendo seu início decretado a partir das 10 horas da manhã, com o repicar do sino, foguetes, cânticos festivos e Missa solene. A população divertia-se ao som de marchinhas nas ruas, acompanhando o desfile dos mascarados, bem como dos cavaleiros.
Com o passar dos anos tudo foi modernizado, as ruas ganham iluminação festiva, começam a aparecer vendedores ambulantes, muda-se o repertório e vestes dos foliões; a cidade ganha outro grande trio, batizado como Traz amor. O poder público passa a investir na micareme trazendo atrações de peso vindas da capital.
A festa ganha uma nova cara, passando a movimentar a economia da cidade. Este período é de lucro certo para o setor de roupas e calçados, além de gerar renda para as inúmeras famílias que vão as ruas venderem drinks, lanches, enfeites, etc. É neste momento que aderem ao nome Micareta, desligando-se um pouco do passado, um novo tempo.
Esta é a realidade da sede do município, mas na zona rural podemos encontrar festejos semelhantes aos dos anos iniciais.
Por: Clarice Gomes